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Senegal combate surte de febre do Vale do Rift que já causou 21 mortos

Lusa
17-10-2025 16:48h

O Senegal está a combater um surto de febre do Vale do Rift, uma doença viral transmitida sobretudo por mosquitos e pelo contacto com animais infetados, que já provocou quase 200 contágios e 21 mortes.

A maioria dos contágios foram registados numa região no norte junto à fronteira entre a Mauritânia e o Senegal, que também faz fronteira a sul com a Guiné-Bissau.

"A região de Saint-Louis é o epicentro da epidemia (com mais de 170 casos)", confirmou o diretor regional adjunto de Saúde em Saint-Louis, e coordenador do combate ao surto, Abdoulaye Sall, à agência de notícias EFE.

Há 196 casos confirmados de febre do Vale do Rift desde que o surto foi detetado a 21 de setembro, incluindo 21 mortos e 147 pacientes já recuperados, de acordo com os dados mais recentes do Ministério da Saúde e Higiene Pública do Senegal.

A febre do Vale do Rift é uma zoonose - doenças infecciosas que podem passar de animais para humanos - que afeta sobretudo o gado, como bovinos, ovelhas, cabras ou camelos, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS).

A infeção em pessoas ocorre geralmente através do contacto com animais doentes ou da picada de mosquitos.

"Nas zonas urbanas, como Saint-Louis, a transmissão é sobretudo através dos mosquitos", detalhou o coordenador do combate ao surto.

Embora a maioria das pessoas infetadas apresentem sintomas ligeiros, semelhantes aos de uma gripe, algumas desenvolvem sintomas como hemorragias ou danos no fígado.

Nos animais, o impacto é maior, levando a abortos em massa e a mortalidade entre as crias é elevada, o que causa prejuízos económicos aos criadores.

O aparecimento do surto coincide com uma época de chuvas no norte do país. As inundações recorrentes criaram condições para a reprodução dos mosquitos, o que pode explicar a rápida propagação do vírus.

"As medidas adotadas para combater a epidemia incluem o controlo dos vetores. Os serviços de higiene realizam fumigações em todas as áreas onde há casos e naquelas onde são detetadas criadores de larvas", especificou Abdoulaye Sall, acrescentado que foram distribuídas cerca de 50 mil redes mosquiteiras na região para reforçar a proteção.

A região de Saint-Louis, atravessada pelo rio Senegal e com grandes áreas agrícolas, concentra grande parte da atividades pecuária do país, o que aumenta a exposiçáo ao contágio tanto de animais como de pessoas, pelo que, "quando são detetados casos, os serviçoes de pecuária vacinam os animais nas redondezas para evitar que se infetem", acrescentou o coordenador de combate ao surto.

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