Cerca de 30 trabalhadores da Santa Casa da Misericórdia (SCM) de Serpa manifestaram-se hoje contra a alegada falta de pagamento dos subsídios de Natal e de férias de 2024 e 2025 e dos retroativos salariais desde 2022.
Os trabalhadores "ainda não receberam o subsídio de Natal de 2024, o subsídio de férias de 2025 e os retroativos salariais desde 2022", lamentou à agência Lusa Alcides Teles, dirigente do Sindicato dos Trabalhadores em Funções Públicas e Sociais do Sul e Regiões Autónomas.
Esta estrutura sindical promoveu hoje uma manifestação de trabalhadores da Misericórdia de Serpa junto ao Lar de São Francisco, uma das valências da instituição, naquela cidade do distrito de Beja, juntando cerca de 30 funcionários.
Já em agosto, o sindicato tinha promovido uma ação idêntica, mas, criticou hoje Alcides Teles, “continua tudo igual ou se calhar pior”.
“A dívida aos trabalhadores divide-se em duas. Há uma até fevereiro deste ano que está inscrita num PER [Processo Especial de Revitalização] e, de lá para cá, em vez de se regularizar o que se devia, ainda se aumentou" o montante devido aos funcionários, argumentou.
Segundo Alcides Teles, não há compromisso por parte da santa casa da misericórdia para "pagar os retroativos referentes a 2025 e o subsídio de Natal" deste ano.
"Podemos chegar ao final deste ano sem o subsídio Natal de 2024 pago, sem o subsídio de férias de 2025 pago, sem o subsídio de Natal de 2025 pago e sem os retroativos salariais [de 2022] pagos", advertiu.
Questionado pela Lusa quanto à possibilidade de o PER, homologado pelo tribunal no início do mês, permitir saldar algumas dessas dívidas, o dirigente sindical admitiu que "ajudará a pagar uma dívida antiga", mas "as dívidas novas não".
No caso de alguns trabalhadores, “a dívida de 2025 já é superior à dívida que tinham antes deste ano. [Por isso], o PER vem ajudar se a misericórdia decidir cumpri-lo a pagar uma dívida antiga, as dívidas novas não", assegurou.
Para Alcides Teles, a situação vai resolver-se "a bem ou a mal" e cabe à provedora da SCM de Serpa, Maria Isabel Estevens, perceber se "tem capacidade para resolver a situação que criou".
"Se não conseguir, está a mais, se não sabe gerir, está a mais. Enquanto cá estiver, enquanto não resolver, estará a mais", criticou o sindicalista.
Em agosto, após a manifestação dos trabalhadores, a SCM de Serpa explicou que a instituição atravessa "uma situação financeira particularmente difícil".
E disse que os "atrasos no pagamento de determinados créditos laborais", nomeadamente "o subsídio de Natal de 2024" estão incluídos no "Processo Especial de Revitalização em curso, e o subsídio de férias de 2025".