O Conselho Português para a Saúde e Ambiente (CPSA) anunciou hoje ter atingido a centena de associados e afirmou-se como a aliança “mais transversal na área da saúde” e “pioneira a nível internacional”.
O CPSA foi criado há menos de três anos e, segundo um comunicado da organização, a grande adesão em pouco tempo demonstra “a importância e pertinência da sua criação”.
“O que nos levou à fundação do CPSA foi a consciência de as determinantes ambientais da saúde estarem a evoluir segundo as estimativas mais pessimistas, e já com um impacto profundo na saúde humana. A saúde é a principal preocupação dos portugueses, mas as alterações ambientais ocupam um lugar secundário. É por isso imperioso integrar a Saúde e o Ambiente”, disse, citado no comunicado, Luís Campos, fundador e presidente do CPSA.
Destacando que as mudanças ambientais já são responsáveis por cerca de uma em cada quatro mortes a nível global, Luís Campos considerou um “dever ético” dos profissionais de saúde empenharem-se neste “desafio global”.
“Não temos o direito de comprometer o futuro das próximas gerações, nem desperdiçar o capital de confiança que a sociedade deposita em nós”, disse.
“Precisamos de fazer ouvir a nossa voz para afirmar que não estamos perante um problema exclusivo de ambientalistas ou jovens radicais, mas sim diante de uma crise que nos afeta a todos”, destacou o responsável.
O CPSA foi fundado em outubro de 2022, para, nomeadamente, estabelecer uma rede colaborativa de organizações ligadas à saúde, para minimizar o impacto das alterações ambientais na saúde, promover a redução da pegada ecológica do setor, sensibilizar o público e educar os profissionais, fomentar a investigação nesta área, e ajudar o sistema de saúde a preparar-se para o aumento do risco de catástrofes climáticas ou uma nova pandemia.
O CPSA integra as principais associações de saúde, ordens profissionais, sociedades científicas, instituições académicas, laboratórios farmacêuticos, empresas de dispositivos médicos e equipamentos, institutos de investigação, grupos privados de saúde, unidades locais de saúde, associações de doentes, municípios, empresas de gestão de resíduos, seguradoras, e empresas tecnológicas, entre outras.
No ano passado o CPSA criou o Observatório Português da Saúde e Ambiente, para monitorizar a evolução dos principais indicadores na inter-relação entre saúde e ambiente. Já este ano organizou o I Congresso Nacional de Saúde e Ambiente. A 9 e 10 de abril de 2026 vai realizar o II Congresso, na Fundação Gulbenkian, em Lisboa.