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FAO deu 70 toneladas de sementes a famílias moçambicanas afetadas pelo 'La Niña'

LUSA
06-11-2025 06:29h

A Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação (FAO, na sigla em inglês) deu 70 toneladas de sementes e 151.300 dólares (132 mil euros) a 3.784 famílias moçambicanas afetadas pelo fenómeno climático 'La Niña'.

De acordo com um comunicado daquela agência da ONU, a ajuda foi implementada de agosto de 2024 a abril deste ano, para reduzir o impacto negativo das inundações e ciclones induzidos pelo fenómeno nas comunidades vulneráveis, "aumentando a sua resiliência e fortalecendo a segurança alimentar".

O La Niña é um resfriamento das águas do Pacífico equatorial que afeta a circulação atmosférica e o clima global, provocando secas e chuvas fortes em intervalos de dois a sete anos, com a duração de até um ano.

Durante o período em causa, a FAO refere ter adquirido e distribuído 70 toneladas de sementes, 2,8 toneladas de fertilizantes e 1.739 regadores a 3.898 famílias vulneráveis, além de treinar 14 técnicos em ações de preparação antes de ciclones e inundações, incluindo quatro técnicos sobre os gatilhos de ativação para inundações, ciclones e secas.

"Veiculou mensagens de conscientização sobre riscos de desastres através de rádios comunitárias, alcançando comunidades nas áreas alvo e forneceu 151,3 mil dólares em transferências de dinheiro incondicionais a 3.784 famílias, com cada uma recebendo 40 dólares [34 euros], bem como um telemóvel e cartão", acrescenta-se.

Moçambique é considerado um dos países mais severamente afetados pelas alterações climáticas globais, enfrentando ciclicamente cheias e ciclones tropicais durante a época chuvosa, que decorre entre outubro e abril, mas também períodos prolongados de seca severa.

O número de ciclones que atinge o país “vem aumentando na última década”, bem como a intensidade dos ventos, alerta-se no relatório do Estado do Clima em Moçambique 2024, do Instituto de Meteorologia de Moçambique, divulgado em março.

O executivo moçambicano aprovou um plano de contingência para a época chuvosa 2025/2026, que admite poder afetar 1,2 milhões de pessoas, mas tem menos de metade dos 14 mil milhões de meticais (190 milhões de euros) necessários.

As autoridades moçambicanas alertaram, em setembro, para cheias de “grande magnitude” no país e inundações em pelo menos quatro milhões de hectares agrícolas durante a época das chuvas que se iniciou este mês, em Moçambique.

Moçambique registou, de 2000 a 2023, mais de 75 eventos climáticos extremos, causando perdas económicas superiores a 3,8 mil milhões de euros, colocando o país entre os dez mais vulneráveis do mundo, avançou recentemente o Governo.

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