O Governo brasileiro lançou hoje um plano de 42,1 mil milhões de reais (oito mil milhões de euros) para fortalecer o sistema de saúde do país através do incentivo à produção nacional.
"O Brasil hoje importa 20 mil milhões de dólares das coisas que nós utilizamos na saúde. Se a gente tiver uma indústria produzindo isso ativamente, e a gente tem uma capacidade de consumo extraordinária por causa do SUS [Serviço Único de Saúde], a gente vai desenvolver o Brasil, desenvolver a indústria, gerar emprego de qualidade e atender a demanda interna", afirmou o Presidente brasileiro, numa cerimónia no Palácio do Planalto, em Brasília.
A estratégia visa ampliar a produção nacional de itens prioritários para o sistema nacional de saúde e reduzir a dependência externa de insumos, medicamentos e vacinas, entre outros.
Na mesma cerimónia, que contou com a presença do embaixador de Portugal no Brasil, a ministra da Saúde brasileira, Nísia Trindade, frisou que o objetivo é que em 10 anos o país produza 70% dos produtos necessários para o setor.
"Investimentos voltados para quadruplicar a produção de vacinas, um grande instrumento para a saúde regularmente e para situações de pandemia", resumiu a ministra.
O Governo brasileiro quer fortalecer a prevenção, o diagnóstico e o tratamento de doenças como tuberculose, doença de Chagas, HIV e hepatites virais, sem descuidar de outras urgências do sistema público de saúde - como o cancro, diabetes, doenças cardiovasculares, dengue, traumas ortopédicos e emergências em saúde.
Para atingir estes objetivos, seis programas constituirão a espinha dorsal da estratégia, envolvendo onze ministérios e outras entidades públicas, sob a orientação das pastas da Saúde e do Desenvolvimento, Comércio e Indústria, com a participação ativa do setor privado.
A saúde no Brasil, segundo a ministra brasileira, representa atualmente 10% do Produto Interno Bruto do país e garante a geração de 20 milhões de empregos diretos e indiretos.
Para levar a cabo este plano, o Governo de Lula da Silva espera que o setor privado contribua com mais de metade dos 42,1 mil milhões de reais (oito mil milhões de euros).
Mais cedo, durante o programa semanal "Conversa com o Presidente", Lula da Silva explicou que devido à operação médica à anca, que será submetido na sexta-feira, só retomará a agenda de viagens presidenciais no final de novembro, aos Emirados Árabes para participar da COP28.
“Até lá, vou ficar aqui em Brasília. Não vou poder pegar avião, vou trabalhar normalmente”, disse.