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AM de Lisboa recomenda à câmara que encontre instalações para associação SOS Voz Amiga

LUSA
07-06-2022 19:16h

A Assembleia Municipal de Lisboa aprovou hoje, por unanimidade, recomendações do CDS-PP e do MPT para que a câmara tente encontrar um espaço para que a associação SOS Voz Amiga possa voltar a ter instalações para trabalhar.

No final de maio, a linha de prevenção de suicídios SOS Voz Amiga, que responde a cerca de 900 chamadas mensais de pessoas em sofrimento emocional, ficou sem instalações para poder continuar o seu trabalho.

Segundo revelou na altura à Lusa a presidente do serviço, Mafalda Pedra Soares, a associação estava à procura de um parceiro para ter instalações permanentes em Lisboa.

Na recomendação do CDS-PP hoje aprovada é sugerido à Câmara Municipal de Lisboa que “encete todos os esforços” para que seja encontrado um local com as características necessárias ao bom desempenho das funções desta Instituição Particular de Solidariedade Social (IPSS) e que garanta “um prazo razoável de permanência da associação SOS Voz Amiga no local que vier a ser encontrado”, para assim “desempenhar funções sem interrupções ou incertezas de futuro”.

Também aprovada por unanimidade, a recomendação do grupo municipal do MPT pede ao executivo camarário que proceda a todas as diligências necessárias para a “cedência à linha SOS Voz Amiga de um espaço municipal não habitacional com as condições adequadas às necessidades de atendimento diário desta associação”, que contemple também um acesso fácil a transportes públicos, atendendo ao horário dos turnos dos voluntários.

Em 31 de maio, a presidente da SOS Voz Amiga alertou que a associação “está sem sede para trabalhar", indicando que sem instalações “será muito difícil a formação de novos voluntários e o acompanhamento psicológico dos atuais voluntários que neste momento são 50".

A SOS Voz Amiga é a primeira linha telefónica em Portugal de prevenção do suicídio e de apoio a situações de sofrimento causadas pela solidão, ansiedade, depressão.

O atendimento continua graças a uma central telefónica cedida pela Altice durante a pandemia de covid-19 que permite aos voluntários receber as chamadas em casa. O que deixou se estar assegurado é o local onde a direção trabalha e onde os voluntários recebem semanalmente acompanhamento psicológico e emocional.

A situação, segundo a responsável, põe em risco a formação contínua dos voluntários, a admissão de novos voluntários e o próprio serviço.

Esta não é primeira vez que a associação fica sem casa para trabalhar. No final de 2018, a SOS Voz Amiga ia festejar os seus 40 anos e encontrava-se no final de um contrato de arrendamento que não seria renovado.

Na altura, a Altice cedeu uma sala de atendimento e salas de reunião e formação, no seu edifício na rua Andrade Corvo, em Lisboa.

Nos primeiros quatro meses do ano, a linha (213544545; 912802669 ou 963524660) recebeu uma média de 900 chamadas mensais, sendo os assuntos preponderantes a solidão, angústia, depressão e risco de suicídio.

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