Em declarações ao S+, o presidente da FEPODABES, Alberto Mota, explicou que “vão-se resolvendo as situações pontualmente, mas depois não se resolve a questão de fundo”. Lamenta que não se consiga cumprir o planeamento que é aprovado no ano anterior, “por falta de meios humanos” e sublinha que “ainda ontem, hoje e amanhã, há recolhas de sangue canceladas”.

“Não há mais nenhuma literacia para a dádiva de sangue nas escolas e nas faculdades”

Uma das soluções apontadas pela FEPODAPES passa pelo alargamento da idade limite dos dadores para os 70 anos. Alberto Mota recorre ao exemplo de outros países da União Europeia e afirma que esse alargamento, daria tempo para sensibilizar e preparar novas gerações de dadores de sangue.  

Segundo a FEPODABES, são atualmente 27 os hospitais que recolhem sangue, contudo, os horários não deixam margem para quem queira fazer a sua dádiva depois do trabalho. Alberto Mota recorda que em 2011 os dadores “ainda tinham direito ao dia” mas agora “os dadores não têm disponibilidade para poder sair dos seus trabalhos”.

“É bom que tenham consciência de como é que o sangue lhes chega lá”

Mas o presidente da FEPODABES não fica por aqui e também pede mais envolvimento por parte dos hospitais privados. Alberto Mota sublinha que estas entidades “não têm de fazer recolhas”, mas, por também terem necessidade de sangue, podem incentivar os utentes à dádiva.

Diariamente os hospitais necessitam entre 1000 a 1100 unidades de sangue e componentes sanguíneos. O processo de recolha de sangue é rápido (cerca de 30 minutos), e pode ajudar a salvar várias vidas, já que uma única unidade de sangue pode servir para ajudar até três pessoas.

Quem pode doar e onde?

São elegíveis todos os cidadãos com mais de 18 anos, que tenham mais de 50kg e que sejam saudáveis.

Além dos hospitais com serviço de sangue e do Instituto Português do Sangue e da Transplantação (IPST) o site dador.pt disponibiliza os locais de colheita segmentados por concelho.