Investigadores da Universidade de Coimbra (UC) estão a estudar o modo como diferentes espaços verdes e azuis urbanos influenciam o bem-estar da população.
O projeto tem como caso de estudo a cidade de Coimbra e pretende contribuir para o desenvolvimento de áreas urbanas que reforcem a proximidade com a natureza e a biodiversidade e melhorem a qualidade de vida das pessoas.
Intitulado “Blinc – Melhores espaços verdes e azuis para cidades mais saudáveis e equitativas”, o estudo procura também perceber a relação das pessoas com o espaço verde urbano, revelou hoje a UC, num comunicado enviado à agência Lusa.
De acordo com o docente da Faculdade de Letras da UC e investigador do Centro de Estudos de Geografia e Ordenamento da UC, Ricardo Almendra, já se sabe que os espaços verdes e azuis urbanos, como os parques, podem ser elementos centrais das paisagens urbanas, com um papel crucial na promoção do bem-estar e da saúde das populações.
No entanto, acrescentou, não há conhecimento sobre em que medida este impacto varia entre espaços.
Desta forma, com o Blinc, os investigadores pretendem “perceber quais os lugares que mais contribuem para o bem-estar" dos indivíduos, afirmou.
Já a investigadora do Centro de Neurociências e Biologia Celular da UC Anabela Marisa Azul explicou que também não se sabe “quão conhecida é a biodiversidade que compõe os espaços verdes e azuis e de que modo a sua perceção influencia um usufruto regular e se esse usufruto se traduz em saúde e bem-estar”.
Para compreender como os cidadãos se relacionam com os espaços verdes urbanos em Coimbra, a equipa de investigação está a desenvolver diversas atividades com a população.
No Jardim da Sereia, no dia 18 de novembro, vai decorrer um BioBlitz de Cogumelos, onde “os participantes terão oportunidade de identificar cogumelos, abordar aspetos ecológicos, culturais, científicos sobre os fungos, e relacionar essas perceções com o modo como habitualmente desfrutam do espaço em que estarão a desenvolver esta atividade”, adiantou.
A atividade é aberta a toda comunidade, estando sujeita a inscrição prévia.
Ao longo do mês de novembro, ocorre também a medição de padrões de movimento e ‘stress’, através de amostras de saliva de pessoas que utilizem espaços verdes e azuis em Coimbra, como a Mata Nacional do Choupal e o Parque Verde do Mondego.
O objetivo é “medir os impactos da utilização de espaços verdes nos níveis de ‘stress’ da população jovem que os utiliza”, apontou Ricardo Almendra.
Podem participar na atividade, que também carece de inscrição prévia, pessoas entre os 18 e os 30 anos, sem diagnóstico prévio de doenças cardiovasculares, respiratórias, metabólicas ou neuropsiquiátricas, e com capacidade para realizar uma caminhada.