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Timor-Leste decreta segundo confinamento geral com aumento de novos casos

CANAL S+ / VD
08-03-2021 18:38h

Há um ano a viver em estado de emergência, o governo timorense decidiu decretar hoje o segundo confinamento geral de toda a população, perante o aumento do número de casos registado no território, como adiantou ao Canal S+, Carlos Vilar, residente em Dili.

O professor que leciona num colégio australiano aulas de português e matemática explica que o aumento do número de testes, realizados de forma massificada, veio provar que o vírus SARS-COV 2 tem afinal transmissão comunitária em Timor, ao contrário do que sempre afirmaram as autoridades locais de saúde.

Para Carlos Vilar, apesar de todos os esforços do governo timorense no sentido de controlar a pandemia, a verdade é que o vírus tem vindo a entrar no país através dos cidadãos indonésios, que ainda têm família em Timor, e que entram de forma clandestina, sem qualquer controlo por parte das autoridades fronteiriças timorenses.  

Consciente desta realidade, as autoridades de Díli prometem reforçar a vigilância junto das fronteiras, sejam as terrestres, mas também as marítimas, de modo a impedir que cidadãos indonésios entrem de forma ilegal no país, podendo ser portadores do SARS-COV 2. Ao S+, o professor Carlos Vilar garante que “há muita gente a entrar”.  

Ao mesmo tempo que Timor se prepara para o segundo confinamento geral – com início à meia-noite de hoje - com encerramento de escolas, das igrejas e do comércio em geral, o executivo acaba de anunciar que as primeiras vacinas contra a COVID-19 chegam a Dili no fim do mês.

Até lá, o país asiático vai viver dias de confinamento geral com duas cercas sanitárias impostas uma a Díli e a outra a Covalima, uma localidade perto da fronteira com a Indonésia; onde, segundo as autoridades sanitárias, existe uma maior incidência da taxa de novas infeções por SARS-COV2. Carlos Vilar mostra-se expetante com o que pode acontecer.

Segundo o professor de português e matemática, Carlos Vilar, que é residente em Díli, o segundo confinamento geral em Timor-Leste ameaça a realização do voo que estava previsto para daqui a alguns dias entre Lisboa e a capital timorense para transportar dezenas de professores para o país.

Carlos Vilar garante que o Ministério da Educação timorense tudo fará para que o voo não seja cancelado, mas não há certezas de que se venha mesmo a realizar perante o agravamento da situação pandémica no território.

Timor-Leste encontra-se em estado de emergência há um ano, oficialmente tem 122 casos positivos registados de infeção por SARS-COV 2 e nenhum morto em resultado da pandemia.

Carlos Vilar mostra-se desconfiado desta realidade e afirma que o país não faz autópsias aos mortos, pelo que muitos dos que perderam a vida recentemente podem ter sido vítimas da pandemia, mas ninguém o pode afirmar com certeza.

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