A 60.ª Reunião da Mesa Diretiva da Conferência Regional sobre a Mulher da América Latina e das Caraíbas arrancou hoje e decorre até quinta-feira centrada na luta pelos direitos das mulheres e criação de uma sociedade igualitária.
“Apenas com a participação efetiva das mulheres, tanto na política, como na economia e na sociedade, a nossa região vai sair da crise”, assinalou a diretora regional para as América e as Caraíbas da ONU Mulheres, María-Noel Vaeza, durante a conferência.
O ciclo de conferências decorre este ano através de videoconferência, por causa da pandemia.
“Temos de impulsionar atos, políticos e alianças para proteger os avanços alcançados em matéria de direitos das mulheres, evitar retrocessos e promover uma recuperação transformadora com igualdade de género”, manifestou a secretária-geral da Comissão Económica para a América Latina e as Caraíbas, Alicia Bárcena.
Objetivo deste encontro é delinear caminhos que potenciem a participação das mulheres nas estratégias para a saída da crise provocada pelo SARS-CoV-2, com ênfase na inclusão digital e na recuperação igualitária e sustentável.
A responsável acrescentou que é preciso vocacionar recursos para “as políticas de igualdade” a par com o investimento para recuperar da pandemia, de modo a evitar retrocessos na luta pelos direitos das mulheres.
A crise pandémica mostrou que as mulheres são as que mais sofrem os impactos adversos da pandemia na América Latina e nas Caraíbas, nomeadamente, o aumento da violência doméstica e do desemprego.
Por seu turno, as mulheres também são uma das principais alavancas para os países deste eixo se reerguerem depois da pandemia.
Um exemplo concreto está explanado na saúde: as mulheres representam 73,2% do total de profissionais desta área, mas continua a haver uma discrepância salarial de 23,7% em relação aos homens.
“A nossa região tem de levar uma voz conjunta, moderna, uma voz que sai desde Santiago [capital do Chile e cidade que organizou a conferência, apesar de decorrer 'online'] para dizer onde tem de estar a mulher para que se alcance uma democracia igualitária”, exortou a diretora regional para as América e as Caraíbas da ONU Mulheres.
A ministra da Mulher e da Igualdade de Género chilena, Mónica Zalaquett, que preside ao encontro, assinalou que “é indispensável que todas as iniciativas e estratégias de resposta, recuperação e reativação assegurem a participação das mulheres em todos os âmbitos, a todos os níveis, e que tenham uma clara perspetiva” de igualdade.
Entre as participantes da região que marcaram presença na inauguração do evento estiveram as vice-presidentes da Colômbia, Costa Rica, Equador e Uruguai, assim como outras governantes e representantes de organizações feministas.