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“As autoridades não devem tratar os portugueses como se fossem crianças para não dizer outra coisa... “ – afirma Diretor Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra

CANAL S+ / VD
28-10-2020 00:06h

Carlos Robalo Cordeiro é um dos pneumologistas portugueses mais consagrados. Em plena pandemia da COVID-19 com os internamentos hospitalares a atingirem números cada vez mais preocupantes, o Diretor da Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra garante, em entrevista ao Canal S+, que  “é fundamental termos uma vacina e uma terapêutica antivírica” e lamenta que “as autoridades tratem os portugueses como se fossem crianças”.

O professor catedrático de Pneumologia da Universidade de Coimbra aponta ainda o dedo às autoridades nacionais porque “Há coisas que têm falhado bastante que é a operacionalização de acções e de medidas coerentes e que demonstrem uma certa organização. Não podemos ter nunca, (…) não temos legislação coerente para eventos de massa. Tem de haver regras equitativas e coerentes”, sublinha numa clara alusão ao evento de Fórmula 1 que se realizou no fim de semana no Algarve e onde o distanciamento social nem sempre foi cumprido.

Carlos Robalo Cordeiro, que integra também o Gabinete de Crise da Ordem dos Médicos, tem acompanhado de perto a evolução da pandemia. O pneumologista aponta como ponto crítico da crise sanitária da COVID-19 os casos que têm vindo a aparecer de reinfeções pelo SARS-COV 2. O Diretor da Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra explica que “Há pessoas recuperadas que voltam a ser infectadas meses depois…”. Um cenário extremamente crítico que se prende com a “janela de imunidade” e que leva o especialista a alertar “para a eficácia das vacinas (caso surjam) a curto, médio e longo prazo. São mais as dúvidas e as interrogações do que as certezas”, assegura.

O Diretor da Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra insiste ainda que “sabemos muito pouco sobre as consequências deste vírus”, pelo que devemos ter as maiores precauções e cautelas “até conhecermos com toda a evidência as sequelas que ele pode deixar”, conclui.  

 

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