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Covid-19: Promoção do novo turismo de Macau vai focar-se no controlo da pandemia – diretora

LUSA
22-07-2020 10:58h

A nova mensagem do turismo de Macau vai centrar-se na promoção de um destino seguro, sem casos ativos e ou registo de um surto local, disse hoje à Lusa a diretora dos Serviços de Turismo.

Depois da pandemia, as pessoas vão alterar a forma como planeiam as suas viagens e o que procuram, afirmou Maria Helena de Senna Fernandes, em entrevista à Lusa: “Em vez de só avaliar um destino com as atrações turísticas, também vão pensar em viagens porque esses destinos podem dar confiança em termos de proteção”.

Por essa razão, a mensagem para o exterior será agora completamente diferente, frisou.

“Antigamente só pensávamos em promover Macau com o património, a gastronomia, com o que é que as pessoas podiam usufruir e quais as atrações turísticas que as pessoas podiam ter acesso”, explicou a responsável pelo turismo da capital mundial dos casinos.

“Depois da pandemia temos de dar em primeira mão confiança para viagens para Macau. (…) Já estamos a fazer muitas novas mensagens, vídeos de promoção de Macau durante os últimos meses, alguns deles, de facto, como é que Macau está a controlar a situação da pandemia e quais são as medidas que estão implementadas (…) e os efeitos dessas medidas”, detalhou a diretora dos Serviços de Turismo.

Macau foi dos primeiros territórios a identificar casos de covid-19, antes do final de janeiro.

O último, o 46.º, detetado em 25 de junho, quando já não havia registo de novos casos desde 09 de abril, já recebeu alta hospitalar.

Macau não registou nenhuma morte relacionada com a doença e não identificou qualquer infetado entre os profissionais de saúde.

Uma realidade que “vai fazer parte da nova imagem de Macau”, frisou.

Apesar desta ‘nova imagem’ que está a ser partilhada pelas autoridades do turismo de Macau, a responsável admitiu que “neste momento ainda muitas pessoas têm medo de viajar, sobretudo viagens de longo curso”.

“As pessoas vão pensar três vezes antes de viajarem”, afirmou Maria Helena de Senna Fernandes, admitindo ser “difícil saber até quando este efeito vai continuar”.

“Até voltar ao nível antes da pandemia ainda vai demorar mais alguns anos”, apostou.

Até porque, acrescentou, o grande mercado de Macau, o da China continental, ainda não retomou o turismo para fora e, mesmo o turismo entre províncias, só recomeçou há cerca de uma semana.

“Em junho só tivemos 22 mil turistas”, afirmou a responsável, lembrando os últimos dados oficiais, divulgados na segunda-feira.

Antes da pandemia, reforçou, o número de turistas diário era muito superior ao registado em todo o mês de junho.

O número de visitantes em Macau caiu mais de 90% em junho e 83,9% no primeiro semestre, em relação a iguais períodos de 2019.

Se em junho de 2019 a capital mundial dos casinos tinha recebido mais de três milhões de visitantes, agora, passado um ano, recebeu apenas 22.556 visitantes.

Para já, o foco estará centrado na China. “O interior da China vai ser o primeiro mercado que podemos trabalhar”, salientou Maria Helena de Senna Fernandes.

“Hoje em dia, o mercado onde podemos trabalhar está muito condicionado pelas medidas de migração que estão neste momento a ser implementadas em todo o mundo”, explicou a responsável pelo turismo de Macau, sublinhando que agora é necessária “flexibilidade para trabalhar em diferentes mercados”.

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