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“Não há forma de retomar a actividade programada sem mais recursos humanos” – afirma Coordenador Unidade Doação CHLC  

CANAL S+ / VD
20-07-2020 23:07h

Bruno Maia é conhecido por ser uma voz muito activa na defesa do Serviço Nacional de Saúde (SNS). Em entrevista ao Canal S+, o coordenador da Unidade de Doação do Centro Hospitalar Lisboa Central (CHLC) garante que “se antes da pandemia já era evidente a necessidade de se investir mais no SNS, a COVID-19 veio mostrar de forma clara que é preciso contratar mais recursos humanos dedicados em exclusivo ao SNS”, explica.

Para o médico neurologista só assim será possível retomar, por exemplo, a actividade programada, dado que a maior parte dos profissionais de saúde, sejam médicos, enfermeiros ou auxiliares encontram-se todos “extremamente cansados, após meses de intenso trabalho no combate à pandemia”, onde a maioria, acabou por fazer muito mais horas do que o normal.

No Dia Nacional da Doação de Órgãos e da Transplantação, que se assinala hoje, 20 de Julho, Bruno Maia recorda o manifesto apresentado há cerca de um mês, intitulado “Salvar o SNS – Estamos do lado da Solução” que prevê um conjunto de medidas “absolutamente cruciais e fundamentais” para defender o SNS e devolver-lhe a “dignidade que precisa”, argumenta o clínico.

O manifesto juntou diversas personalidades da Saúde para além de Bruno Maia, como sejam: o pneumologista Filipe Fróis, a endocrinologista Isabel do Carmo, o cirurgião pediatra Jaime Teixeira Mendes ou a ex-bastonária da Ordem dos Enfermeiros, Maria Augusta Sousa. Os signatários defendem maior investimento do Estado na Saúde, sobretudo nas regiões “de maior carência” como é o caso do Algarve. Bruno Maia adianta que os “problemas são bem conhecidos, falta sobretudo agir”, defende.

O Coordenador da Unidade de Doação do CHLC tem consciência que a actual titular da pasta da Saúde, a professora Marta Temido, tem vindo a defender medidas importantes para o SNS como a existência de um corpo clínico “dedicado em exclusividade”. Para o médico neurologista não precisam ser “todos os profissionais”. Bruno Maia aponta ainda o dedo ao ex-ministro, Mário Centeno, que enquanto esteve à frente das Finanças funcionou como grande travão para a medida.

O manifesto “Salvar o SNS – Estamos do lado da Solução” apresentado, no INFARMED, há um mês reconhece "o grande impulso" que os Cuidados de Saúde Primários (CSP) têm tido desde 2006, mas propõe que haja "uma transição assistencial" de modo a resolverem cerca de 40% das urgências hospitalares, "desde que equipados nesse sentido e que sejam eles a base da saúde dos portugueses, na concretização do princípio de que todos os cidadãos têm de ter acesso a um médico de família".

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