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Projeto ‘Move-Aged' quer perceber como é que mobilidade urbana afeta idosos

LUSA
14-11-2019 13:08h

O Instituto Politécnico de Castelo Branco está a trabalhar num projeto de mobilidade urbana dos idosos em cidades com desníveis topográficos acentuados, com o objetivo de perceber de que modo esta questão pode condicionar a participação social das pessoas idosas.

O projeto ‘Move-Aged' foi aprovado pelo Centro Internacional sobre o Envelhecimento (CENIE), ligado à Fundação da Universidade de Salamanca (Espanha), à Universidade do Algarve e à Direção Geral de Saúde e foi hoje apresentado durante o 1.º Congresso Internacional Comunidades Envelhecidas - Desafios para o Desenvolvimento, que decorre na Escola Superior Agrária de Castelo Branco.

Da parte portuguesa, o projeto está a ser desenvolvido através da Unidade de Investigação Interdisciplinar-Comunidades Envelhecidas Funcionais (Age.Comm) do Politécnico de Castelo Branco (IPCB).

"Sendo o IPCB o líder [do projeto] em termos da parte portuguesa, consideramos que era fundamental analisar as questões de cidades do interior. Por isso mesmo, escolhemos duas cidades como estudo de caso, uma que tem estruturas de mobilidade urbana (Covilhã) e outra que não tem (Guarda), mas sabemos que é uma cidade com desníveis topográficos muito grandes", explicou à agência Lusa Maria João Guardado Moreira.

Apesar destes dois estudos de caso, a líder do projeto da parte portuguesa adianta que é percetível que há questões da mobilidade que acabam por ser transversais a todas as cidades.

"Um dos aspetos que consideramos fundamental é saber de que modo a questão da mobilidade pode ser um condicionamento para a participação social das pessoas idosas. De que modo, ou não, a existência destas estruturas pode ou não condicionar", frisou.

Maria João Guardado Moreira sublinha que um dos objetivos no final do projeto, que termina em 31 de dezembro, é poderem mostrar junto das autarquias qual é a opinião das pessoas, nos locais onde existem e onde não existem infraestruturas de mobilidade urbana vertical (IMUV) e até criar um guião de estratégias de intervenção que os municípios poderão utilizar ao nível das suas políticas de planeamento.

"Portanto, no fundo é um pouco percebermos de que modo estas estruturas, efetivamente, melhoram a qualidade de vida, especificamente nas questões do envelhecimento. E, sendo o interior de Portugal, uma região com níveis de envelhecimento muito elevados, de que modo é que, efetivamente, a mobilidade das pessoas em cidades com estas características está ou não condicionada pela topografia", sustentou.

Além dos dois casos de estudo que envolvem as cidades da Guarda e da Covilhã, foi feito também um levantamento em todas as cidades que têm IMUV.

"O objetivo passa por perceber o envelhecimento urbano. Estamos a trabalhar com colegas do sistema de informação geográfica do IPCB, no sentido de mapear as cidades de forma mais desagregada e indo, inclusivamente, aos bairros, para perceber quais as zonas mais envelhecidas dentro das cidades", afirmou.

A responsável do IPCB sublinha que depois, especificamente nas cidades da Covilhã e Guarda, querem perceber de que modo a existência de estruturas facilita a mobilidade das pessoas idosas.

E, no caso concreto da Guarda, que não possui IMUV, de que modo é que isso condiciona ou não essa mobilidade.

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