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Covid-19: Autoridades pedem a guineenses para seguirem recomendações dos países onde residem

LUSA
17-04-2020 15:48h

As autoridades na Guiné-Bissau pediram hoje aos guineenses no estrangeiro para seguirem as recomendações dos países onde residem no âmbito do combate à pandemia provocada pelo novo coronavírus e disponibilizaram-se para ajudar.

"Neste momento de intensos sofrimentos e aflição devido à pandemia da covid-19, os meus pensamentos e preocupações estão com os nossos conterrâneos residentes em Itália, Espanha, Portugal, França, Reino Unido, Estados Unidos, Brasil, países onde se tem verificado até ao momento um elevado número de contágios e mortes", referiu, numa mensagem na rede social Facebook, Nuno Nabian, nomeado primeiro-ministro da Guiné-Bissau pelo autoproclamado Presidente guineense, Umaro Sissoco Embaló.

Na mensagem, Nuno Nabian salientou que tem acompanhado a evolução da situação naqueles países e manifestou "toda a solidariedade e disponibilidade para ajudar naquilo que for necessário".

"Exorto-vos a seguirem rigorosamente as recomendações das entidades sanitárias dos países onde residem", pediu Nuno Nabian.

O Centro de Operações de Emergência de Saúde aumentou hoje para 50 o número de casos confirmados de covid-19 na Guiné-Bissau.

No âmbito do combate à pandemia, a Guiné-Bissau já prolongou o estado de emergência até 26 de abril e endureceu algumas das medidas para combate à prevenção da doença, à semelhança do que aconteceu em alguns países do mundo.

A nível global, a pandemia de covid-19 já provocou mais de 145 mil mortos e infetou mais de 2,1 milhões de pessoas em 193 países e territórios. Mais de 465 mil doentes foram considerados curados.

A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China.

Para combater a pandemia, os governos mandaram para casa quatro mil milhões de pessoas (mais de metade da população do planeta), encerraram o comércio não essencial e reduziram drasticamente o tráfego aéreo, paralisando setores inteiros da economia mundial.

Por regiões, a Europa somava hoje 94.021 mortos (mais de um milhão de casos), Estados Unidos da América e Canadá 34.499 mortos (701.335 casos), a Ásia 6.751 mortos (154.943 casos), o Médio Oriente 5.357 mortos (115.745 casos), a América Latina e Caribe 4.001 mortos (85.237 casos), a África 965 mortos (18 mil casos) e a Oceânia 79 mortos (7.730 casos).

A covid-19 atingiu a Guiné-Bissau num momento em que o país vive mais um período de crise política, depois de o general Umaro Sissoco Embaló, dado como vencedor das eleições pela Comissão Nacional de Eleições, se ter autoproclamado Presidente do país, enquanto decorre no Supremo Tribunal de Justiça um recurso de contencioso eleitoral apresentado pela candidatura de Domingos Simões Pereira.

Umaro Sissoco Embaló tomou posse numa cerimónia dirigida pelo vice-presidente do parlamento do país Nuno Nabian, que acabou por deixar aquelas funções, para assumir a liderança do Governo nomeado pelo autoproclamado Presidente.

O Governo demitido por Umaro Sissoco Embaló, o do primeiro-ministro Aristides Gomes, mantém o apoio da maioria no parlamento da Guiné-Bissau.

O Governo liderado por Nuno Nabian ocupou os ministérios com o apoio de militares, mas Sissoco Embaló recusa que esteja em curso um golpe de Estado no país e diz que aguarda a decisão do Supremo sobre o contencioso eleitoral.

Na sequência da tomada de posse de Umaro Sissoco Embaló e do seu Governo, os principais parceiros internacionais da Guiné-Bissau apelaram a uma resolução da crise com base na lei e na Constituição do país, sublinhando a importância de ser conhecida uma decisão do Supremo Tribunal de Justiça sobre o recurso de contencioso eleitoral.

O Supremo Tribunal de Justiça remeteu uma posição sobre o contencioso eleitoral para quando forem ultrapassadas as circunstâncias que determinaram o estado de emergência no país.

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