O Programa Alimentar Mundial das Nações Unidas (PAM) agradeceu hoje a contribuição de 50 mil euros do Governo de Portugal para melhorar a alimentação de crianças em idade escolar no Lesoto e combater a malnutrição.
Segundo o comunicado de imprensa do PAM, esta contribuição permitirá que a agência da ONU apoie, através de um programa, a produção local de frutas e legumes para utilização nas refeições escolares, proporcionando às crianças uma dieta mais variada e saudável.
No âmbito deste projeto, professores e membros de comités escolares de 72 escolas no Lesoto receberão formação prática em agricultura sustentável, através de demonstrações de técnicas agrícolas adaptadas às alterações climáticas
Assim, "quase mil crianças, com menos de cinco anos, no distrito de Berea beneficiarão deste novo financiamento de Portugal", exemplificou o PAM.
O embaixador português no Lesoto e na África do Sul, Carlos Costa Neves, referiu, na nota de imprensa, que o país lusófono está ciente dos desafios nutricionais enfrentados pelo Lesoto, nação da África Austral.
"Através deste financiamento, reafirmamos o nosso apoio aos Objetivos Estratégicos de Desenvolvimento Nacional do Lesoto e esperamos que esta contribuição possa, de alguma forma, ajudar a melhorar a vida e o bem-estar do povo basotho", acrescentou o diplomata.
Para a diretora interina do PAM no Lesoto, Emily Doe, este financiamento português é vital para melhorar a nutrição no país, particularmente a infantil.
"Se as crianças não receberem nutrientes adequados nos primeiros anos de vida, isso pode resultar em dificuldades de aprendizagem, maior suscetibilidade a doenças e rendimentos mais baixos no futuro", afirmou Emily Doe, citada na nota de imprensa.
De acordo com dados do PAM, no Lesoto a malnutrição causa elevados níveis de atraso de crescimento (baixa estatura para a idade), deficiências de micronutrientes (falta de vitaminas e minerais essenciais) e obesidade, que ameaçam o desenvolvimento social e económico do país.
Segundo o Inquérito Demográfico e de Saúde do Lesoto (2023–24), citado pelo PAM, uma em cada três crianças com menos de cinco anos sofre de atraso no crescimento, enquanto mais de 7% são afetadas pela obesidade.