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Quase três milhões de casos de malária e nove mortos na província moçambicana da Zambézia

Lusa
21-11-2025 15:00h

A malária matou este ano pelo menos nove pessoas na província moçambicana da Zambézia, centro do país, com registo de quase três milhões de casos, anunciaram hoje as autoridades de saúde, pedindo respostas integradas e coordenadas face ao problema.

Segundo o diretor provincial da Saúde na Zambézia, Blayton Caetano, a província registou nove óbitos em nove meses de 2025 em quase três milhões de casos notificados, um aumento em três casos mortais face a igual período do ano passado.

“A malária é mais do que um problema de saúde, e para superar essa realidade exige respostas integradas, inclusivas e coordenadas, que ultrapassam os limites do setor da saúde”, disse Blayton Caetano.

Segundo o responsável, os maiores índices registam-se nos distritos de Chinde, Gilé, Gurué, Lungela, Milange, Mocuba, Mopeia, Morrumbela, Namacurra, Nicoadala e Quelimane, sendo que os  distritos de Luabo, Maganja, Mocubela, Molumbo, Mulevala, Namarroi e Pebane tendem a registar redução de casos.

A Aliança Global para Vacinas e Imunização (Gavi) previu disponibilizar 69 milhões de dólares (59,5 milhões de euros) a Moçambique para reforço da imunização, anunciou, em outubro, o Presidente moçambicano, Daniel Chapo, destacando que o montante será também aplicado na implementação das atividades previstas na estratégia recentemente aprovada pelo Conselho de Ministros.

Chapo avançou igualmente que o apoio, que ascende a 3.100 milhões de meticais (41,7 milhões de euros), do Fundo Global, irá permitir a implementação de vários programas de controlo do HIV/SIDA, de tuberculose e da malária, bem como para o fortalecimento de sistemas nacionais de saúde.

A Lusa noticiou em 17 de junho que pelo menos 270 pessoas morreram vítimas de malária de janeiro a maio deste ano em Moçambique, que registou mais de seis milhões de casos.

As estatísticas do Governo moçambicano, até maio, indicavam a província da Zambézia como a mais afetada, com 1.482.969, seguida de Nampula, com 1.465.364, e Sofala, com 476.333.

Em 2024, pelo menos 358 pessoas morreram vítimas de malária em Moçambique, que registou mais de 11,5 milhões de casos e cerca de 67 mil internamentos, avançou em 25 de abril o Presidente moçambicano, no âmbito do Dia Mundial da Malária, pedindo maior proteção para as crianças.

A vacina contra a malária R21/Matrix-M, a segunda para crianças, desenvolvida pela Universidade de Oxford, no Reino Unido, já está em utilização em Moçambique, seguindo os conselhos do Grupo Consultivo Estratégico de Peritos em Imunização (SAGE) e do Grupo Consultivo de Políticas sobre Malária (MPAG).

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