A Comissão de Utentes em Defesa do SAP 24 Horas da Marinha Grande informou, num comunicado, que o SAP “deixará de funcionar durante os dias da semana, tendo sido rescindido o contrato com o médico que o assegurava durante três noites”.

O conselho de administração da Unidade Local de Saúde da Região de Leiria adiantou à agência Lusa que, “no âmbito da reestruturação da resposta à população nos cuidados de saúde primários e da reformulação do Serviço de Atendimento Complementar (SAC)”, foi “efetuada uma análise ao padrão de procura do SAP, nomeadamente nos períodos noturnos dos dias úteis”.

“Essa avaliação evidenciou um fluxo reduzido de utentes durante esses turnos, o que levou à decisão de ajustar o modelo de funcionamento do serviço, sem deixar de garantir uma resposta de cuidados de saúde adequada, segura e proporcional às necessidades reais da população”, reforçou a ULS de Leiria.

Assim, o atendimento do SAP manterá o atendimento aos fins de semana e feriados, no horário das 09:00 às 13:00 e das 14:00 às 00:00, “período que corresponde ao maior volume de procura registado”.

A ULS acrescentou que “este modelo será objeto de monitorização contínua, permitindo a introdução de eventuais ajustamentos sempre que a realidade assistencial o justifique”.

Nas situações agudas em dias úteis, entre as 08:00 e as 20:00, os utentes devem recorrer às suas unidades de saúde de referência, “onde existe capacidade para dar resposta diferenciada por médicos de família”.

Os utentes deverão ainda contactar previamente a linha SNS 24, através do número 808 24 24 24, “de modo a obter o encaminhamento mais adequado à sua situação clínica”.

A Comissão de Utentes em Defesa do SAP 24 Horas da Marinha Grande, referindo-se aos “argumentos invocados pela diretora clínica, nomeadamente quanto ao alegado número reduzido de inscritos nas consultas noturnas do SAP”, explicou que as “inscrições são feitas por vezes até às 20:00, mas as consultas decorrem, naturalmente, durante a noite e a madrugada”.

“As razões que levaram esta comissão a lutar, desde há 18 anos, (…) não só se mantêm, devido ao funcionamento por turnos da esmagadora maioria das empresas, como aumentaram, face à necessidade de uma ‘retaguarda’ alternativa às urgências caóticas do hospital de Leiria, construído para 150 mil utentes e a ter de responder agora a mais de 400 mil”.