“A manutenção da classificação confirma que a ULSGE cumpre de forma consistente os requisitos nacionais definidos para esta tipologia de serviços”, esclareceu hoje aquela unidade de saúde.

A ULS garantiu ainda ter “acompanhado atentamente” as preocupações expressas pelas autarquias de Gaia e de Espinho.

A 18 de novembro, num comunicado interno desta ULS a que a Lusa teve acesso, o conselho de administração indicou estar a avaliar potenciais impactos nas áreas da pediatria e de neonatologia, após o Ministério da Saúde ter demonstrado intenções de desclassificar este serviço.

Em causa estavam as conclusões preliminares da Comissão Nacional da Saúde da Mulher, da Criança e do Adolescente, no âmbito do processo de consulta pública sobre a redefinição da rede de referenciação, um tema que gerou reparos e preocupações por parte do presidente da Câmara de Gaia, Luís Filipe Menezes (PSD/CDS-PP/IL), e do PS de Gaia, que é agora oposição nesta autarquia do distrito do Porto.

No mesmo dia, a Câmara de Vila Nova de Gaia aprovou por unanimidade uma moção contra a desclassificação do serviço de Pediatria e Neonatologia, onde era destacado os impactos negativos que causaria a milhares de utentes e famílias que seriam forçadas a deslocar-se ao Porto para consultas e tratamentos que, atualmente, são feitos nesta ULS.

A 20 de novembro, também o Sindicato dos Médicos do Norte (SMN) criticou o que considerou ser uma desclassificação dos serviços de Pediatria/Neonatologia e pediu a suspensão da proposta rede de referenciação hospitalar.

De acordo com a proposta de Redefinição da Rede Hospitalar, assinada pela ministra da Saúde, Ana Paula Martins, os hospitais de nível IIb devem assegurar consulta de Pediatria Geral, complementada por consultas de Neurodesenvolvimento e consultas de Pediatria Geral com dedicação em áreas específicas, garantindo uma avaliação e acompanhamento diferenciados para diversas patologias pediátricas.

Devem também ter Serviço de Urgência Pediátrica, capacitado para responder a situações agudas e emergentes, com articulação eficiente com outras unidades, internamento de curta duração e internamento de Pediatria, incluindo camas para adolescentes, Unidade de Cuidados Intermédios e Intensivos Neonatais e apoio à Sala de Partos, bem como Unidade de Cuidados Intermédios Pediátricos, cirurgia Pediátrica, excluindo cirurgia neonatal.

Os hospitais nível IIb devem contar com a presença de pediatras gerais (preferencialmente com dedicação em algumas áreas clínicas), pediatras com formação em Neurodesenvolvimento, neonatologistas e cirurgiões pediátricos, lê-se ainda no documento.