Cerca de 2.500 crianças em situação de vulnerabilidade que vivem nos territórios da Comunidade Intermunicipal Viseu Dão Lafões vão participar num projeto que reforça a importância da nutrição e da saúde oral como pilares da qualidade de vida.
O Projeto de Inovação Social “Comer Bem, Sorrir Melhor”, que foi hoje apresentado, é promovido pelo polo de Viseu da Universidade Católica Portuguesa (UCP) e tem a Comunidade Intermunicipal (CIM) Viseu Dão Lafões como investidor social.
O projeto já teve uma primeira edição (entre maio de 2022 e maio de 2023) destinada a cerca de cinco mil alunos do primeiro ciclo do ensino básico, e, atendendo ao sucesso registado, a CIM voltou desafiar a Faculdade de Medicina Dentária do polo de Viseu da UCP.
“Estes projetos não podem ser episódicos, não podem realizar-se um ano e deixarem de realizar-se vários anos”, frisou o secretário executivo da CIM, Nuno Martinho, acrescentando que, nesta segunda edição, o projeto “Comer Bem, Sorrir Melhor” terá um público-alvo diferente e será mais alargado no tempo.
O projeto ganhou agora “uma nova oportunidade de expansão e consolidação”, frisou Anna Moura, da equipa de coordenação geral, explicando que, na Europa, as cáries e os problemas nutricionais são “particularmente preocupantes nos estratos socioeconómicos mais desfavoráveis”.
Mariana Fernandes, que também integra a equipa de coordenação, referiu que esta edição do “Comer Bem, Sorrir Melhor” irá focar-se nas “crianças do ensino pré-escolar e do primeiro ciclo em situação de vulnerabilidade”, como migrantes com escalão A e B e crianças com necessidade educativas especiais.
Segundo a médica dentista, “está cientificamente comprovado que este público-alvo é o mais debilitado e necessita de mais atenção”.
O projeto também difere da primeira edição em termos de duração: “vamos ver as crianças mais vezes e durante três anos letivos”, previsivelmente de seis em seis meses, o que permitirá acompanhar a sua progressão.
Estão previstas três áreas de intervenção durante os três anos de projeto, sendo as referentes à Medicina Dentária e à Nutrição destinadas apenas às 2.500 crianças em situação de vulnerabilidade.
Já a área de intervenção relativa à Literacia prevê “atividades com todas as crianças, não só as do público-alvo, mas as mais de 12 mil que tem a CIM Viseu Dão Lafões”, explicou.
Mariana Fernandes acrescentou que, como um dos objetivos do projeto é a prevenção, além da avaliação de risco das 2.500 crianças, também haverá ações na comunidade, como palestras para os professores e encarregados de educação, campanhas de divulgação e “desafios saudáveis” (por exemplo, relativamente ao conteúdo das lancheiras que as crianças levam para a escola).
O projeto arranca na próxima semana, nos agrupamentos de Santa Cruz da Trapa (concelho de São Pedro do Sul) e de Mundão (concelho de Viseu), que integram o programa Territórios Educativos de Intervenção Prioritária (TEIP).
Financiado pelo Fundo Social Europeu Mais através do Centro 2030, o projeto de Inovação Social “Comer Bem, Sorrir Melhor” representa um investimento de perto de 400 mil euros, cabendo à CIM Viseu Dão Lafões assegurar a contrapartida nacional de 90 mil euros, para os três anos.