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Moçambique quer reduzir dependência externa na saúde em 75% após custos de 10 ME

Lusa
08-10-2025 15:00h

O ministro da Saúde moçambicano, Ussene Isse, pediu hoje que a formação nacional de especialistas seja acelerada para reduzir dependência externa em 75% até 2029, recordando que custa atualmente 10 milhões de euros.

 "Temos que continuar a acelerar a formação de especialistas. Neste ciclo de governação temos que, pelo menos, conseguir reduzir a dependência externa até cerca 75% e esta é a meta que temos que alcançar até 2029", disse Ussene Isse, durante a abertura de um Conselho Hospitalar do Ministério da Saúde, em Maputo.

Segundo o Governante, o país gasta cerca de 750 milhões de meticais (10 milhões de euros) anualmente para pagar ajuda internacional na área médica: "por isso, temos que mudar este paradigma".

"Vamos usar os recursos que estão disponíveis. Eu sei que há dificuldades para libertar colegas para ir estudar [mas] neste ciclo de governação, colegas, vamos abrir espaço para moçambicanos se formarem, para acabarmos a dependência externa", explicou, apontando, contudo, que a área da formação tem um "desafio enorme".

O ministro referiu-se aos recentes casos conhecidos de roubos de medicamentos nas unidades sanitárias, garantiu que o país os compra, mas que "desaparecem" do sistema.

"Colegas, peço nesta área a vossa colaboração e a vossa ajuda. Controlem os medicamentos que chegam na vossa província", pediu o ministro.

A polícia moçambicana anunciou na terça-feira que duas pessoas foram detidas por alegado esquema de roubo de medicamentos no Hospital Central da Beira (HCB), segunda maior unidade hospitalar de Moçambique, na província de Sofala, centro do país.

O ministro da Saúde admitiu em agosto que se "rouba muito medicamento" nos hospitais do país, referindo que "desaparece tudo" em menos de 15 dias após a distribuição dos fármacos nas unidades.

"Peço também vossa ajuda no controlo do roubo de medicamentos, rouba-se muito medicamento nos hospitais”, disse Isse, afirmando que o Estado moçambicano compra medicamentos que "até sobram" para o país, mas acabam em pouco tempo devido aos casos de furto.

O Governo moçambicano expulsou desde janeiro pelo menos 15 funcionários públicos do aparelho do Estado por envolvimento no furto de medicamentos nas unidades de saúde, noticiou a Lusa em 31 de julho.

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