O Prémio Nobel da Medicina foi hoje atribuído aos norte-americanos Mary E. Brunkow, Fred Ramsdell e ao japonês Shimon Sakaguchi.
Em declarações ao Canal S+, o presidente da Sociedade Portuguesa de Imunologia, Bruno Silva-Santos, manifestou-se satisfeito com a distinção e explicou o que significam estas descobertas.
Segundo o Comité do Prémio Nobel no Instituto Karolinska, em Estocolmo, na Suécia, o trio de investigadores recebeu o galardão pelo trabalho sobre tolerância imunológica periférica, uma forma que o corpo tem de ajudar a impedir que o sistema imunológico fique desequilibrado e ataque os seus próprios tecidos em vez de invasores estranhos.
O trabalho dos investigadores remonta a 1995, quando Shimon Sakaguchi descobriu um novo tipo de células T, uma descoberta fundamental, já que naquela época muitos investigadores estavam convencidos de que a tolerância imunológica só se desenvolvia devido à eliminação de células imunológicas potencialmente nocivas no timo, através de um processo denominado tolerância central.
O cientista demonstrou que o sistema imunológico é mais complexo e descobriu um tipo de células imunitárias até então desconhecido, que protege o organismo de doenças autoimunes.
Mary E. Brunkow e Fred Ramsdell obtiveram conhecimentos decisivos sobre a origem das doenças autoimunes, depois de terem feito uma descoberta fundamental em 2001, quando explicaram por que razão uma estirpe específica de ratos (denominada scurfy) é particularmente vulnerável a doenças autoimunes.
Os investigadores vão receber formalmente o prémio, oficialmente conhecido como Prémio Nobel de Fisiologia ou Medicina, durante uma cerimónia a realizar-se no dia 10 de dezembro.