Alegações recentes que relacionam a toma de paracetamol durante a gravidez a casos de autismo, levou a Autoridade Nacional do Medicamento (Infarmed) a esclarecer que existe monitorização contínua em todo o ciclo de vida do medicamento e que, no caso do paracetamol, não há motivo para preocupação.
Em declarações ao Canal S+, a Diretora de Farmacovigilância do Infarmed, Márcia Silva, afirma que “não há motivo para preocupação” e recorda que a Agência Europeia do Medicamento ( EMA) reviu em 2019 os estudos disponíveis.
O Infarmed sublinha que, quando necessário, o paracetamol pode ser utilizado durante a gravidez e explica: “Tal como acontece com qualquer medicamento para tratamento agudo, deve ser usado na menor dose eficaz, pelo período mais curto possível e com a menor frequência necessária”. Aconselha ainda as mulheres grávidas a falarem com o seu profissional de saúde se tiverem dúvidas relativamente a qualquer medicamento durante a gravidez.
A Diretora de Farmacovigilância do Infarmed, Márcia Silva, sublinha ainda que, ao longo do ciclo de vida de todos medicamentos, há uma recolha e análise continua de informação que permite fazer a monitorização do perfil de segurança.
Na segunda-feira, o presidente norte-americano, Donald Trump afirmou que o paracetamol está "possivelmente associado a um risco muito maior de autismo" aconselhando as mulheres a não o tomarem durante a gravidez, mas não apresentou qualquer prova científica.
Os especialistas têm afirmado que o aumento de casos nos Estados Unidos se deve sobretudo a uma nova definição para a perturbação, que passa a incluir casos ligeiros num "espetro" e diagnósticos mais precisos, e que não existe uma causa única.