O surto atual da infeção bacteriana, que se transmite pela ingestão de alimentos ou água contaminados, espalhou-se por todos os 18 estados do país, devastado pela guerra, após eclodir no estado de Kassala em julho do ano passado, disse a Organização Mundial da Saúde (OMS).

A representante adjunta no Sudão, Hala Khudari, disse que a OMS lançou uma campanha de vacinação visando 406 mil pessoas no estado de Darfur do Norte, que surge “à medida que os casos de cólera no Darfur continuam a aumentar a um ritmo alarmante, com uma taxa de mortalidade alarmante, para ser mais específica”.

Até domingo, foram registados cerca de 12.739 casos e 358 mortes em mais da metade das localidades do Darfur, segundo a representante. O surto atingiu o estado de Darfur, no oeste do Sudão, em maio.

“Os casos registados no Darfur continuam a aumentar num momento de severas restrições de acesso, que estão a impedir a resposta necessária”, disse Khudari à imprensa.

O conflito entre os militares sudaneses e o grupo paramilitar Forças de Apoio Rápido (RSF, na sigla em inglês) eclodiu em abril de 2023 em Cartum, antes de se espalhar por todo o país. A guerra civil matou pelo menos 40 mil pessoas e deslocou cerca de 12 milhões, segundo a ONU.

Os dois lados foram acusados de cometer atrocidades como limpeza étnica, execuções extrajudiciais e violência sexual contra civis, incluindo crianças. Enquanto isso, muitas pessoas em todo o Sudão foram levadas à beira da fome.

O conflito e o aumento dos movimentos de pessoas que fugiram dos combates limitaram o acesso a serviços básicos como água potável, alimentos e cuidados de saúde.

No total, mais de 113.600 casos e mais de três mil mortes foram registados em todo o país, atingindo uma taxa de letalidade de 2,7%, disse Khudari.