"O balanço provisório é de 28 casos suspeitos e 15 mortos, incluindo quatro profissionais de saúde. A taxa de mortalidade estimada, de 57%, ilustra a gravidade da situação", afirmou o ministro da Saúde da RDCongo, Samuel Kamba.

Segundo a ministra da Saúde da província de Kasai, Odette Kama, não há nenhum caso oficialmente confirmado e somente as autoridades sanitárias do país, juntamente com a OMS, podem declarar uma epidemia após passar por um grupo de especialistas.

A Odette Kama pediu à população que aplique medidas de prevenção e proteção, como lavar as mãos frequentemente, usar máscara e manter distância de segurança em locais de risco.

As amostras recolhidas e enviadas pelas autoridades de saúde para o Instituto Nacional de Investigação Biomédica (INRB) de Kinshasa, capital da RDCongo, confirma que a causa do surto é o Ébola.

Uma equipa de saúde de resposta rápida, acompanhada por especialistas da OMS, foi enviada à província de Kasai para fortalecer a vigilância, o tratamento, a prevenção e o controlo de infeções nas unidades de saúde.

A organização entregou duas toneladas de suprimentos, incluindo equipamento de proteção individual e de laboratório móvel, e suprimentos médicos.

“Estamos a agir de forma decisiva para conter rapidamente a propagação do vírus e proteger as comunidades”, declarou o diretor regional da OMS para a África, Mohamed Janabi, acrescentando que com a "longa experiência do país no combate a surtos virais" estão a trabalhar em conjunto com "as autoridades de saúde do país para intensificar as principais medidas de resposta para acabar com o surto o mais rápido possível".

A sociedade civil local e a OMS afirmaram que o número de casos pode aumentar nos próximos dias.

O país africano tem um stock de medicamentos para tratamento e cerca de 2.000 doses de vacina contra o Ébola, que vão ser enviadas para Kasai.

O mais recente surto de Ébola na RDCongo, país que faz fronteira com Angola, afetou a província de Equador, no noroeste do país, em abril de 2022. Foi controlado em menos de três meses graças aos esforços constantes das autoridades de saúde.

A região congolesa de Kasai já foi afetada por epidemias de Ébola em 2007, 2008 e 2011, sendo a mais mortal a de 2007, com mais de 260 casos e 187 mortes.

A RDCongo já foi afetada por mais de uma dezena de surtos de Ébola, sendo o surto que ocorreu entre 2018 e 2020 o mais mortal, com 3.481 casos, 2.299 mortes e 1.162 sobreviventes.

Este é o décimo sexto surto de Ébola declarado no país desde a última epidemia, que durou entre agosto e setembro de 2022 e causou uma única morte.