Cabo Verde está a reforçar as medidas de prevenção e controlo da malária, capacitando os técnicos e melhorando o saneamento básico, após registo de 30 casos desde janeiro, anunciou hoje a diretora nacional de Saúde.
"Estamos com reforços importantes, nomeadamente as consultorias da Organização Mundial da Saúde (OMS) nas áreas de epidemiologia e entomologia, que nos acompanharam durante o processo de certificação [do país como livre de malária]. Estamos a aproveitar esta vinda para capacitar formadores nas áreas críticas de prevenção da reintrodução da doença", afirmou Ângela Gomes, na cidade da Praia.
A formação, baseada num novo guia de vigilância, integra o plano de contingência declarado no início de julho e em vigor até outubro, com o objetivo de prevenir eventuais epidemias durante a época das chuvas.
Relativamente às zonas consideradas críticas, a responsável alertou que continuam a ser focos de risco, devido à existência de poços abertos e valas com lixo acumulado, que funcionam como proliferadores de mosquitos.
Segundo a responsável, o Governo está a trabalhar com a empresa Águas de Santiago (AdS), com o apoio do fundo de emergência, para cobrir os poços e mitigar o risco de propagação.
Ângela Gomes apelou ainda à responsabilização social e à consciência coletiva para a prevenção das doenças transmitidas por mosquitos em Cabo Verde.
Há cerca de uma semana, moradores da cidade da Praia manifestaram receio de que o lixo acumulado na capital sirva de rastilho para surtos de dengue ou malária, numa altura em que começa a estação das chuvas, propícia à propagação de mosquitos portadores de doenças.
Também a nova representante da OMS em Cabo Verde, Ann Lindstrand, defendeu uma resposta urgente para evitar que o país perca a certificação de país livre de malária.
Entretanto, o ministro da Saúde, Jorge Figueiredo, referiu que o país já lidou com 30 casos de malária desde janeiro, 15 importados e 15 de transmissão local, e que agiu "rapidamente" para evitar a eclosão de uma epidemia.