A Agência Espanhola de Cooperação Internacional para o Desenvolvimento (AECID) anunciou hoje que vai apoiar o serviço de saúde moçambicano nos cuidados primários a crianças e mulheres na província de Inhambane, no sul do país.
“Em Inhambane estamos a trabalhar no âmbito da saúde primária e nas questões de sobrevivência infantil. Vamos apoiar no âmbito da atenção à saúde primária nos sistemas de saúde (…). É um projeto que neste momento ainda estamos a trabalhar com o Ministério da Saúde para a materialização neste ano”, disse à Lusa o diretor da AECID, Antón Leis.
O responsável falava à margem do Fórum Global de Inovação e Ação para Imunização e Sobrevivência Infantil – 2025, que decorre desde terça-feira, em Maputo, e que termina hoje.
Apontando como exemplo o Centro de Investigação em Saúde da Manhiça, na província de Maputo, sul de Moçambique, que tem beneficiado do apoio da Espanha em atividades de investigação, Antón Leis elogiou os esforços do país no combate a doenças que afetam especialmente crianças e mulheres.
“A saúde global fez muitos progressos em Moçambique no âmbito da sobrevivência das crianças na redução da prevalência de doenças importantes como a malária e tuberculose e esta é uma das prioridades e vamos seguir trabalhando com Moçambique”, disse, prometendo o estreitamento de relações com o Governo moçambicano.
“Espanha e Moçambique têm uma relação de há muitos anos de cooperação e estamos a estreitar a nossa cooperação”, lembrou.
Mais de 300 delegados de 29 países, incluindo ministros e vice-ministros da saúde, cientistas e académicos e organizações da sociedade civil, participam no fórum em Maputo.
O encontro é organizado pelos Ministérios de Saúde de Moçambique e da Serra Leoa e pelo Governo da Espanha com a colaboração das fundações “la Caixa” e Bill and Melinda Gates e da Unicef.
Segundo o diretor-geral do INS, Eduardo Samo Gudo, o fórum discute soluções científicas para que o mundo se possa reposicionar na aceleração do combate à mortalidade infantil, incluindo a exigência de um novo compromisso político nesta causa.
Samo Gudo assinalou uma “redução histórica e sem precedentes” da mortalidade infantil nas últimas décadas no mundo, destacando que, entre 1990 e 2023, o número de mortes de crianças menores de 5 anos baixou de cerca de 12,8 milhões por ano para 4,8 milhões.
Não obstante esses avanços, organizações de saúde mundiais registaram um abrandamento, desde 2015, do ritmo de redução da mortalidade nessa faixa etária, assinalando o risco de pelo menos 60 países africanos não alcançarem a meta dos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS), conforme estimativas da Organização Mundial da Saúde avançadas pelo mesmo responsável.