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Médio Oriente: Manifestação na Cisjordânia para denunciar morte de profissionais de saúde palestinianos

LUSA
12-05-2025 14:24h

Centenas de pessoas manifestaram-se hoje em Ramallah, na Cisjordânia ocupada, para prestar homenagem aos profissionais de saúde mortos na Faixa de Gaza durante a guerra de 19 meses.

Na Praça do Relógio, no centro da cidade, muitos manifestantes usavam coletes pertencentes ao Crescente Vermelho Palestiniano, a organização por trás dos protestos e que perdeu oito membros do seu pessoal em consequência dos tiros disparados por soldados israelitas em março.

Muitos exibiam cartazes a pedir a libertação de três membros do Crescente Vermelho detidos pelo exército israelita há mais de um ano.

Outros traziam réplicas de caixões ou mortalhas representando os 48 membros do Crescente Vermelho que, segundo a própria organização sanitária, foram mortos em Gaza e na Cisjordânia desde o início da guerra entre Israel e o Hamas, desencadeada pelo ataque sem precedentes do movimento islâmico palestiniano a 07 de outubro de 2023.

Num comunicado publicado hoje, o Crescente Vermelho afirma que 30 dos 48 médicos "foram mortos enquanto cumpriam o seu dever humanitário ao usar o emblema do Crescente Vermelho em Gaza e na Cisjordânia".

"Dezenas de médicos que trabalhavam em Gaza [...] foram detidos no exercício das suas funções humanitárias", acrescentou a organização.

Durante a marcha, os manifestantes instaram a comunidade internacional a responder a um "apelo urgente" para proteger o pessoal médico nos territórios palestinianos.

O Crescente Vermelho calcula que 1.400 trabalhadores humanitários e médicos tenham sido mortos em Gaza desde o início da guerra.

A organização médica recordou também o tiroteio fatal contra trabalhadores humanitários por soldados israelitas em Rafah, no sul da Faixa de Gaza, a 23 de março.

Das 15 pessoas mortas, oito eram membros do Crescente Vermelho.

Os profissionais de saúde da organização estavam a responder a pedidos de socorro após os ataques aéreos israelitas.

O tiroteio provocou uma onda de indignação internacional, tendo o alto comissário das Nações Unidas para os Direitos Humanos, Volker Türk, referido um possível "crime de guerra".

Na sequência de um inquérito militar interno, em 20 de abril, o exército israelita admitiu a existência de "má conduta profissional", "desobediência" e "mal-entendidos" relacionados com o tiroteio, anunciou a demissão de um oficial e "lamentou" as “vítimas colaterais”.

 

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