Os sindicatos insistiram hoje que o reforço de verbas a pagar ao setor social não se está refletir nos trabalhadores, depois de a União das Misericórdias ter esta manhã voltado a propor aumentos salariais que consideram insuficientes.
Em março, o Governo acordou com o setor social e social o reforço, em 2025, de 61,5 para 220 milhões de euros das comparticipações do Estado para o setor social, anunciou então o executivo.
Hoje, à saída de mais uma ronda negocial com a União das Misericórdias Portuguesa (UMP), a representante da Federação Nacional dos Sindicatos dos Trabalhadores em Funções Públicas e Sociais, Elisabete Gonçalves, afirmou que tal "não se traduz no rendimento dos trabalhadores".
Segundo a dirigente sindical, a UMP propôs hoje um aumento de dois euros para a grande maioria dos trabalhadores dos cerca de 40.000 trabalhadores das misericórdias portuguesas, excluindo a Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, por ter acordo de empresa.
No caso dos educadores de infância, a proposta é para que a remuneração no início de carreira no setor social seja de 1.205 euros, superior aos atuais 1.150 euros mas inferior aos 1.370 e 1.714 pagos, respetivamente, nos setores particular e público, precisou, pela Fenprof - Federação Nacional de Professores, Pedro Nunes.
A proposta para os enfermeiros do setor social e solidário fica igualmente aquém dos setores público e privado, acrescentou o dirigente do Sindicato dos Enfermeiros Portugueses Rui Marroni, que acusou a UMP de não se mostrar solidária com os trabalhadores.
A próxima ronda negocial entre os sindicatos e a UMP, para a qual os sindicatos admitem não ter expectativas elevadas, foi agendada para 25 de julho.
Para estas reuniões negociais foi constituída uma comissão negociadora sindical, do Contrato Coletivo de Trabalho (CTT) das misericórdias, composta pela Federação Nacional dos Sindicatos dos Trabalhadores em Funções Públicas e Sociais, Federação Nacional dos Professores, Sindicato dos Enfermeiros Portugueses e Sindicato dos Técnicos Superiores da Área de Diagnóstico e Terapêutica.