A Unidade Local de Saúde Loures-Odivelas (ULSLO) anunciou hoje que está a ser definido, em conjunto com a Câmara de Loures, o calendário para o arranque das intervenções no edifício da Unidade de Saúde Familiar Parque Cidade.
A posição da ULSLO surge depois de mais de duas dezenas de profissionais de saúde da Unidade de Saúde Familiar (USF) Parque Cidade terem apresentado pedidos de escusa de responsabilidade por falta de condições de trabalho, com a temperatura nalguns gabinetes a atingir os 35 graus, de acordo com a Federação Nacional dos Médicos (FNAM).
Na resposta enviada à Lusa, a unidade de saúde reconhece as dificuldades sentidas pelos profissionais da USF Parque Cidade, adiantando que se mantém em “permanente articulação” com a Câmara Municipal de Loures, que, no âmbito da descentralização de competências, tem a “responsabilidade pela manutenção e equipamentos do edifício em questão", incluindo a instalação de sistemas de climatização.
“Na persecução de uma solução célere e adequada, que salvaguarde as condições de segurança e conforto de utentes e trabalhadores, a ULSLO e a Câmara Municipal de Loures encontram-se neste momento em fase de definição de calendário para o início das necessárias intervenções, que, por terem impacto parcial na atividade de prestação de cuidados aos utentes, têm de ser cuidadosamente programadas”, adiantou a unidade de saúde.
Segundo a FNAM, em causa estão as condições de trabalho no edifício onde funciona a USF Parque Cidade, que levaram 10 médicos, nove enfermeiros e quatro assistentes técnicos a entregar pedidos de escusa de responsabilidade.
Em comunicado, a estrutura sindical adiantou que já exigiu explicações ao conselho de administração da ULSLO e, caso a situação não seja resolvida com urgência, ameaça avançar com queixas formais à Inspeção-Geral das Atividades em Saúde (IGAS) e à Entidade Reguladora da Saúde (ERS).
A federação sublinhou que o edifício não tem condições ambientais seguras, colocando em risco utentes e profissionais, e explicou que as elevadas temperaturas sentidas no interior dos gabinetes têm sido combatidas com recurso a ventoinhas, medida que considera desaconselhada em determinadas circunstâncias pelas normas de prevenção de infeções.
Referiu também que este cenário de falta de condições de trabalho se repete por várias unidades do Serviço Nacional de Saúde (SNS), que recebeu queixas semelhantes de centros de saúde e hospitais de outras regiões do país e exige “resposta imediata” da tutela.