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Israel: Alemanha trata com prudência balanços de vítimas divulgados pelo Hamas

Lusa
27-10-2023 14:51h

O Governo alemão admitiu hoje encarar com prudência os números divulgados pelo grupo islamita palestiniano Hamas sobre as vítimas dos bombardeamentos israelitas na Faixa de Gaza, sem contestar o sofrimento infligido aos civis.

“Não podemos verificar de forma independente as declarações do Hamas, e é por isso que temos de exercer uma certa cautela”, afirmou o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros alemão, Christian Wagner.

O Ministério da Saúde do Hamas em Gaza divulga diariamente um número de vítimas desde o início da guerra com Israel, que atualizou hoje para 7.326 mortos, incluindo mais de três mil crianças.

“O Hamas não é uma fonte de informação para nós”, disse Wolfgang Buchner, porta-voz adjunto do Governo alemão, afirmando repetidamente que o Hamas é um grupo terrorista.

A União Europeia, os Estados Unidos e Israel consideram o Hamas como uma organização terrorista.

Buchner disse que “ninguém contesta (...) o terrível sofrimento da população da Faixa de Gaza”, mas insistiu que Berlim “não pode dar números exatos e não os pode verificar”.

“Vemos a miséria das pessoas na Faixa de Gaza e, por isso, o Governo alemão está a fazer tudo o que está ao seu alcance para garantir o acesso à ajuda humanitária”, acrescentou, citado pela agência francesa AFP.

O coordenador da ONU para os refugiados palestinianos, Philippe Lazzarini, disse hoje em Jerusalém que os balanços fornecidos pelo Hamas em guerras anteriores em Gaza “eram considerados credíveis e nunca ninguém os questionou”.

A guerra foi desencadeada por ataques sem precedentes, pela violência e dimensão, que o Hamas realizou em solo israelita em 07 de outubro.

O Governo de Israel disse que o Hamas matou mais de 1.400 pessoas, na maioria civis, e raptou mais de duas centenas de israelitas e estrangeiros, que mantém como reféns na Faixa de Gaza.

Na sequência dos ataque, Israel cortou o fornecimento de energia, água e combustível aos mais de dois milhões de residentes na Faixa de Gaza, controlada pelo Hamas desde 2007.

Além dos bombardeamentos constantes, Israel também concentrou tropas na fronteira com a Faixa de Gaza para uma possível ofensiva terrestre.

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