Uma avaliação da inteligência militar francesa indica que a causa mais provável da explosão num hospital em Gaza foi um foguete palestiniano falhado, com uma carga explosiva de cerca de cinco quilos, adiantou esta sexta-feira um oficial militar francês.
Vários foguetes no arsenal do movimento islamita Hamas carregam cargas explosivas com aproximadamente esse peso, incluindo um foguete de fabrico iraniano e outro de fabrico palestiniana, referiu a fonte da inteligência francesa, citado pela agência Associated Press (AP).
Nenhuma das informações de inteligência apontou para um ataque israelita, frisou este responsável, que falou sob condição de anonimato, mas foi autorizado a discutir a avaliação pelo Presidente Emmanuel Macron, no que foi descrito como uma tentativa de ser transparente sobre as descobertas da inteligência francesa.
A avaliação baseou-se em informações confidenciais, imagens de satélite, inteligência partilhada por outros países e informações de fonte aberta, realçou ainda o oficial militar.
O tamanho da cratera de explosão no pátio do hospital foi avaliado pela inteligência militar francesa em cerca de um metro de comprimento, 75 centímetros de diâmetro e cerca de 30 a 40 centímetros de profundidade, explicando que estes dados são consistentes com uma carga explosiva de cerca de cinco quilos.
O movimento islamita Hamas acusou de imediato Israel, que negou o ataque e apontou que se tratou do lançamento de um foguete pelo grupo islamita Jihad Islâmica que acabou por atingir o centro médico.
O número de mortos na explosão de terça-feira permanece uma incógnita, pois pouco mais de uma hora após a explosão, o Ministério da Saúde administrado pelo Hamas anunciou que 500 pessoas tinham morrido e, na quarta-feira, reviu esse número para 471, sem fornecer detalhes sobre os mortos, enquanto os militares israelitas sublinharam aos jornalistas que o número estava inflacionado.
Ao mesmo tempo que alertou não ter a certeza, o oficial francês destacou que “de forma alguma que um foguete desse tamanho pudesse ter produzido 471 mortos”.
Um relatório da inteligência dos Estados Unidos estimou que entre 100 e 300 palestinianos podem ter morrido na explosão.
Mesmo em Gaza surgiram estimativas contraditórias sobre o número de vítimas e o diretor-geral do maior hospital de Gaza, Shifa, Mohammed Abu Selmia, disse acreditar que o número de vítimas estava próximo de 250, com base nas vítimas que viu fluindo para o centro de triagem.
Pelo menos 4.137 palestinianos foram mortos e mais de 13 mil ficaram feridos nos bombardeamentos israelitas na Faixa de Gaza, território controlado pelo Hamas desde 2007, na sequência da guerra que eclodiu em 07 de outubro entre o grupo islamita palestiniano e Israel.
Os bombardeamentos são uma retaliação ao ataque surpresa do Hamas, conduzido em 07 de outubro, que provocou mais de 1.400 mortos e cerca de 4.300 feridos em Israel.