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Difteria mata mais de 600 pessoas na Nigéria durante o mais recente surto

LUSA
12-10-2023 16:52h

Mais de 600 pessoas, na sua maioria crianças, morreram, até ao momento, no surto de difteria da Nigéria, que começou em dezembro de 2022, e há mais de 14.000 casos suspeitos, anunciaram hoje as autoridades sanitárias.

"Temos de aumentar os nossos esforços para educar as nossas comunidades sobre a importância vital da vacinação", declarou o diretor executivo da Agência Nacional de Desenvolvimento dos Cuidados de Saúde Primários (NPHCDA, na sigla em inglês), Faisal Shuaib.

De acordo com os dados da NPHCDA, mais de 10.000 dos casos suspeitos foram detetados no estado de Kano, no norte do país, embora a doença se tenha propagado a um total de 20 estados, incluindo a capital nigeriana, Abuja.

Estima-se que 73% das infeções afetaram crianças entre 01 e 14 anos de idade, e 80% dos infetados não tinham recebido qualquer vacina.

No final de setembro, o Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) alertou para a necessidade de intensificar a campanha de vacinação generalizada no país.

"A Nigéria tem um número impressionante de 2,2 milhões de crianças que ainda não foram vacinadas. Temos de tomar medidas coletivas urgentes para reduzir este número", afirmou um dos representantes da UNICEF na Nigéria, Rownak Khan.

"Todas as crianças merecem ser protegidas contra doenças evitáveis", acrescentou Khan.

A difteria é uma doença infecciosa causada pela bactéria 'Corynebacterium diphtheria', que infeta principalmente a garganta e o trato respiratório superior (nariz, cavidade nasal, faringe, laringe e parte superior da traqueia) e produz uma toxina que afeta outros órgãos.

De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), a difteria é fatal entre cinco a 10% dos casos, com uma taxa de mortalidade mais elevada em crianças.

 

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