Cerca de meia centena de trabalhadores do serviço público de limpeza e higiene urbana da Câmara Municipal de Lisboa concentraram-se hoje, em protesto, na Praça do Município, reivindicando uma resposta do executivo “aos inúmeros problemas que afetam” a atividade.
Em declarações à Lusa, o dirigente do Sindicato dos Trabalhadores do Município de Lisboa (STML) Vitor Reis adiantou que a concentração dos trabalhadores se deveu ao facto de ainda não ter havido uma resposta a uma série de reivindicações inseridas no caderno reivindicativo entregue há cerca de um ano.
Em causa estão, principalmente, “o plano de recuperação das instalações, a reabertura de cinco bares [dos serviços] e o compromisso dos médicos da medicina do trabalho” para que não declarem como aptos para o serviço trabalhadores que não tenham condições para o fazer”.
Vitor Reis lembrou que “apenas a reivindicação sobre o suplemento de insalubridade e penosidade” constante do caderno reivindicativo entregue em maio do ano passado foi cumprida pela autarquia lisboeta.
Outra exigência é a atribuição do descanso compensatório para os cantoneiros do período diurno, uma vez que, de acordo com o responsável, “continuam a ser discriminados em relação aos colegas do período noturno”.
Vitor Reis salientou ainda que os trabalhadores da higiene urbana têm uma profissão com “um desgaste físico grande, que provoca acidentes de trabalho”, e, como há falta de profissionais, “regressam ao trabalho quando ainda não têm condições para o fazer”.
Em relação aos bares que foram desativados e encerrados durante a pandemia, o sindicato destacou a importância da sua reabertura, para que os trabalhadores possam fazer uma pequena refeição, sobretudo numa altura em que os custos de vida têm aumentado.
Os trabalhadores presentes na Praça do Município aprovaram, por unanimidade, uma resolução em que constam as suas principais reivindicações.
O documento foi entregue em mãos ao presidente da Câmara de Lisboa, Carlos Moedas, que saiu por momentos da reunião do executivo que decorre esta manhã na autarquia.
O presidente reconheceu aos trabalhadores que “os problemas não se resolvem de um dia para o outro”, salientando que muitos deles “já tiveram ordem dada” para serem resolvidos. “Há que saber o porquê” de não terem sido concretizadas, considerou.
“Os trabalhadores sabem que estou com eles, quero resolver as coisas, mas não é de um dia para o outro. Vamos resolver os problemas um a um”, sublinhou o social-democrata, que tomou em posse nos finais de 2021, em declarações à Lusa.
Carlos Moedas foi abordado por um dos trabalhadores do posto dos Olivais que explicou um problema com a avaria das caldeiras, o que tem obrigado muitos trabalhadores a tomar banho de água fria e a ir a outros mais postos mais longe para fazer a sua higiene após o turno de trabalho.
A primeira de duas concentrações previstas para hoje, para os trabalhadores do período diurno, aconteceu a partir das 10:00, e a do período noturno será a partir das 23:00.