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PRR: SJ propõe promoção da literacia e formação gratuita de jornalistas no digital

LUSA
01-03-2021 14:38h

O Sindicato dos Jornalistas (SJ) defende a inclusão dos media no Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) e propõe medidas como a promoção da literacia ou o financiamento de um programa formação gratuito de jornalistas no digital.

"Porque entendemos que não é possível construir futuro sem jornalismo rigoroso, independente e sustentável, consideramos que a proteção e o reforço de uma informação credível e verificada, enquanto bem público e pilar essencial da sociedade democrática, devia ser um eixo transversal ao Plano de Recuperação e Resiliência 2021-2029", refere o SJ, em comunicado hoje divulgado.

O SJ propõe a "inclusão da comunicação social nas dimensões da Transição Digital e Resiliência", apresentando sete medidas em concreto.

"No que respeita à Transição Digital, propomos que sejam criadas condições de acesso próprias e específicas para empresas e profissionais do jornalismo", nomeadamente incluir na Escola Digital o projeto Literacia para os Media e Jornalismo, "uma parceria entre o Sindicato dos Jornalistas (com o apoio do Cenjor – Centro Protocolar para a Formação de Jornalistas) e o Ministério da Educação, que, desde 2018, já formou mais de uma centena de professores dos vários níveis de ensino" e "e financiar uma bolsa de jornalistas disponíveis para colaborar com escolas" neste âmbito.

Ainda na Transição Digital, no quadro da capacitação digital das empresas - Empresas 4.0 -, o SJ propõe "as empresas que produzem jornalismo e empregam jornalistas profissionais, assegurando a transformação e adaptação digital do setor" e a criação de "bolsas de apoio a projetos independentes de media, incentivando a criação de emprego num setor com baixa taxa de empregabilidade, apesar de altamente qualificada, e lenta renovação geracional".

Em termos de inclusão digital das pessoas, é proposto o financiamento de "um projeto de literacia sobre os media e jornalismo dirigido à população sénior, com menos competências digitais e por isso mais exposta à desinformação".

Relativamente à dimensão Resiliência, "propomos que sejam criadas medidas de apoio social aos jornalistas, cujas condições de vida e de trabalho agravaram-se com a pandemia", salienta a estrutura sindical que representa os jornalistas.

Assim, no quadro das qualificações e competências, o SJ propõe o financiamento de "um programa de formação gratuito para jornalistas na área das novas tecnologias e programas de formação contínua em competências digitais, de forma a assegurar a adaptação dos jornalistas ao digital", e de "ações de formação sobre direitos laborais e organização coletiva do trabalho nas empresas de comunicação social, incluindo em matéria de desigualdades de género entre homens e mulheres jornalistas (em salários e outros complementos e também em funções de chefia e liderança)".

No âmbito das questões de género, "apostar especificamente na qualificação tecnológica das mulheres jornalistas, também mais excluídas e vulneráveis nesta matéria" e "financiar a construção de um equipamento social, a Casa do Jornalista, semelhante à Casa do Artista, destinada a residência partilhada de jornalistas (envolvendo a associação mutualista Casa da Imprensa), o que reforçaria a coesão e a inclusão da classe profissional que assegura o direito constitucional à informação", conclui a direção do SJ.

O PRR, para aceder às verbas comunitárias pós-crise da covid-19, está em consulta pública até hoje e prevê 36 reformas e 77 investimentos nas áreas sociais, clima e digitalização, num total de 13,9 mil milhões de euros em subvenções.

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