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Covid-19: PSD/Açores pede ajuda aos açorianos e à oposição para combater a pandemia

LUSA
26-01-2021 15:09h

O líder parlamentar do PSD/Açores destacou hoje a “capacidade de estratégia e de ação” do executivo regional na educação e na saúde e pediu a colaboração dos açorianos e o “empenho dos partidos da oposição” no combate à pandemia.

Numa intervenção no plenário da Assembleia Legislativa dos Açores, que se reúne esta semana em formato virtual, Pedro Nascimento Cabral começou por admitir que este “tempo novo […] exige um forte empenho e elevada capacidade de decisão ao atual executivo da Região Autónoma dos Açores”, sobre o qual “recai a obrigação de resolver os inúmeros problemas que os anteriores executivos da responsabilidade do PS” deixaram.

“Com um planeamento atempado e estratégico, o novo Governo Regional tem defendido os açorianos, permitindo que a nossa região fique à margem do caos que vemos no continente”, considerou, destacando “a capacidade de estratégia e de ação” do executivo açoriano (de coligação PSD/CDS-PP/PPM) “nas áreas da saúde e da educação, nos seus primeiros meses de exercício”.

Pedro Nascimento Cabral destacou igualmente a “descida consolidada de novos casos de covid-19” que se está a verificar no arquipélago, depois do aumento ocorrido após o Natal e o Ano Novo.

“O Governo dos Açores necessita não só da colaboração do povo dos Açores […], mas também do empenho dos partidos da oposição”, defendeu.

Em resposta à declaração política de Nascimento Cabral, o deputado do CDS-PP Rui Martins saudou a postura do Governo Regional, "que introduziu, com mais clareza, medidas diferentes para aquilo que era diferente” e defendeu que “quem tem responsabilidades políticas e públicas tem de contribuir para uma boa disseminação e compreensão das medidas que estão em vigor”.

Já o deputado do Chega Carlos Furtado admitiu que o executivo “tem tomado medidas adequadas”, mas ressalvou que o sucesso no combate à covid-19 nos Açores estará, normalmente, assegurado pela dispersão geográfica”, afirmando que há anos que existem "cercas sanitárias, nove cercas", numa referência às nove ilhas do arquipélago.

Mais críticos foram os deputados António Lima, líder parlamentar do BE, e o deputado único da Iniciativa Liberal, Nuno Barata, que acusou o PSD de seguir a “cartilha” do PS ao “tentar capitalizar” politicamente a pandemia de covid-19.

“É, no mínimo, pouco cauteloso tentar fazer […] dessas medidas de combate armas de arremesso político e de capitalização de créditos políticos, porque aqueles créditos políticos que se capitalizam agora, são aqueles que nos serão cobrados depois”, afirmou o deputado da Iniciativa Liberal.

Pelo BE, António Lima defendeu que “manda a prudência e até o bom senso” que exista “muita cautela e não se embandeire em arco com os resultados do momento”, lembrando que “o vírus é traiçoeiro, de um momento para o outro volta em força”.

Em relação à situação vivida no continente, o bloquista considerou que os Açores devem demonstrar solidariedade para “com aqueles que vivem uma situação dramática".

A ronda de intervenções terminou com o secretário regional da Saúde e Desporto, Clélio Meneses, a realçar que o balanço apresentado diz respeito, “necessariamente, ao momento”, e lembrando que, “a cada momento, tudo isto pode descambar”.

Clélio Meneses deixou ainda um apelo: “para não estigmatizarmos, para não deixarmos cargas negativas sobre aqueles que já estão a sofrer por terem sido vítimas da pandemia”.

Pedro Nascimento Cabral usou o seu direito de resposta para garantir que ninguém está “a embandeirar em arco” e para deixar um “contraponto de solidariedade com o país”.

De acordo com o boletim da autoridade de saúde dos Açores divulgado hoje, a regional tem 506 casos ativos, sendo 460 em São Miguel, 32 na Terceira, 10 no Faial, dois no Pico, um nas Flores e um no Corvo.

Desde o início da pandemia foram detetados na região 3.448 casos de infeção pelo novo coronavírus SARS-CoV-2, que causa a doença covid-19, verificando-se 24 óbitos e 2.818 recuperações.

A pandemia de covid-19 provocou, pelo menos, 2.140.687 mortos resultantes de mais de 99,6 milhões de casos de infeção em todo o mundo, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.

Em Portugal, morreram 10.469 pessoas dos 636.190 casos de infeção confirmados, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.

A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China.

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