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Covid-19: PS/Açores diz que "talvez" seja perigoso fazer balanços “neste momento"

LUSA
26-01-2021 13:55h

O PS/Açores reconheceu hoje que a situação epidemiológica devido à covid-19 é “melhor” na região do que no resto do país, mas considerou “perigoso” fazer balanços “neste momento”, enquanto os partidos do Governo elogiaram a ação do executivo.

A discussão decorreu no plenário da Assembleia Legislativa dos Açores, que se reúne a partir de hoje em formato virtual, devido à situação da pandemia de covid-19.

Numa reação à intervenção do presidente do Governo Regional dos Açores, que reconheceu que a situação na região em relação à covid-19 é "complexa", mas a “menos grave” em comparação com o todo nacional, o líder parlamentar socialista, Vasco Cordeiro, enalteceu o “esforço coletivo” do arquipélago para ultrapassar o “desafio” da pandemia.

Vasco Cordeiro reconheceu que os Açores “ainda hoje mantêm aquilo que sempre tiveram”, referindo-se a uma situação epidemiológica “melhor” do que a verificada no resto do país, o que considerou ser uma “poderosa alavanca” para a “recuperação futura”.

Ainda sobre a intervenção do presidente do Governo Regional, o socialista e antigo líder do executivo açoriano, considerou que pode ser “perigoso” realizar balanços sobre a pandemia “neste momento”.

“Talvez seja até perigoso fazer estes balanços neste momento, mas é, obviamente, um direito, uma prorrogativa que a qualquer cidadão assiste”, assinalou, acrescentando que “fazer essa abordagem neste momento talvez seja um bocadinho” olhar para “a árvore e esquecer a floresta”.

Pelo PSD, o deputado João Bruto da Costa, enalteceu o trabalho do Governo Regional (de coligação PSD/CDS-PP/PPM) no controlo da pandemia e na recuperação económica, recordando a testagem massiva em localidades consideradas críticas e a “estratégia de vacinação” desenhada para a região.

O social-democrata criticou ainda a postura do PS/Açores, que, disse, procura “disseminar a confusão” e a “maledicência”.

Do lado do CDS-PP, a líder parlamentar Catarina Cabeceiras elogiou o trabalho do Governo Regional durante a pandemia, dando o exemplo das “medidas diferenciadas” por concelho, do programa de vacinação que priorizou os idosos e do encerramento das escolas, que foi uma “medida importante” para controlar a pandemia.

O deputado do BE António Lima destacou a necessidade de “reforçar o pessoal” do Serviço Regional de Saúde e criticou os apoios à economia criados pelo executivo porque “não garantem a manutenção do emprego”.

“Temos de garantir que o Serviço Regional de Saúde tem capacidade de resposta e temos de conter a crise social, apoiando as empresas”, afirmou o líder do BE na região.

Paulo Estêvão, líder do PPM/Açores, partido que integra o executivo, também elogiou a intervenção do presidente do Governo Regional, salientando que o executivo “não é infalível”, mas apresenta “abertura de espírito” para receber contributos.

O deputado único da Iniciativa Liberal, Nuno Barata, questionou o executivo açoriano pela decisão de encerrar os ginásios e defendeu que, mais do que olhar para a crise sanitária, é “muito importante” atender às questões sociais e económicas numa “região que já era pobre antes da pandemia”.

O parlamentar do Chega/Açores José Pacheco alertou, por seu turno, para a concorrência desleal feita pelas “grandes superfícies” que continuam a vender produtos que os “pequenos negócios” só podem comercializar através de entrega ao domicílio.

Desde o início da pandemia, foram detetados na região 3.425 casos de infeção pelo novo coronavírus SARS-CoV-2, que causa a doença covid-19, verificando-se 23 óbitos e 2.716 recuperações.

A pandemia de covid-19 provocou, pelo menos, 2.140.687 mortos resultantes de mais de 99,6 milhões de casos de infeção em todo o mundo, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.

Em Portugal, morreram 10.469 pessoas dos 636.190 casos de infeção confirmados, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.

A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China.

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