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Covid-19: Basílio Horta considera novas medidas necessárias para proteger capacidade do SNS

LUSA
29-10-2020 17:37h

O presidente da Câmara de Sintra, Basílio Horta, disse hoje que vê com naturalidade a possibilidade de virem a ser adotadas medidas mais restritivas de forma a proteger a capacidade de resposta do Serviço Nacional de Saúde (SNS).

Em declarações à agência Lusa, o autarca mostrou-se preocupado com a capacidade dos hospitais em dar resposta ao crescente número de infetados por covid-19.

"Vejo as medidas que saírem da reunião de sábado [do Conselho de Ministros extraordinário] como necessárias para proteger a capacidade do SNS em dar resposta. Não quero imaginar o SNS sem capacidade de resposta e termos situações como as que viveram Espanha e Itália. Espero que não chegue a acontecer, mas temos de prevenir", alertou Basílio Horta, eleito pelo PS.

A Norte, muitos autarcas solicitaram já ao Governo que declare o estado de emergência e adote medidas mais severas em termos de circulação, algo que o autarca sintrense diz ser "justificado", embora com reservas.

"É justificado esse pedido, embora tenha uma fé modesta nessas medidas restritivas. Ou as pessoas se convencem de que têm de autolimitar os seus direitos individuais em benefício da comunidade em que se inserem, ou não há medidas que valham. Pode evitar-se num determinando momento uma pressão excessiva sobre o SNS, mas não debelam a pandemia", alertou.

Em Sintra os números de infetados têm também vindo a aumentar e Basílio Horta assume que o Hospital Fernando Fonseca (Amadora-Sintra) "está perto do seu limite", pese embora o investimento de um milhão de euros que Sintra e Amadora fizeram para que fossem aumentada a capacidade das urgências.

Sobre as consequências das medidas que venham a ser adotadas pelo Governo, Basílio Horta tem uma certeza: "Tudo o que vier não será bom. Pode ser justificado, claro que sim, mas não será bom para o concelho, para a economia ou para as pessoas", conclui.

Portugal ultrapassou hoje os 4.000 casos diários de infeção com o novo coronavírus, registando 4.224 novos casos, segundo o boletim epidemiológico da Direção-Geral da Saúde (DGS), que contabiliza também 33 mortos associados à doença covid-19.

De acordo com o boletim, Portugal contabiliza um total de 132.616 casos confirmados de infeção pelo novo coronavírus e 2.428 óbitos.

O valor de hoje é mais elevado desde o início da pandemia, tendo o número de infeções diárias registado um crescimento exponencial nas últimas semanas.

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