“A terapia fotodinâmica já existe no mercado e é utilizada para tratamento de doentes oncológicos. O que vamos fazer agora é “testá-la” na eliminação do SARS-COV-2”, revela Luís Arnaut, professor de Química da Universidade de Coimbra.
Em entrevista ao Canal S+ o especialista em Química e Diretor da LaserLab de Coimbra explica que o consórcio integra a Universidade de Coimbra (UC), o Centro Hospitalar Universitário de Coimbra (CHUC) e as empresas LaserLeap e a canadiana Ondine Biomedical, que é a empresa líder de fotodesinfeção antibacteriana.
O projecto FOTOVID pretende “erradicar o vírus SARS-COV-2 nas fossas nasais dos infetados, logo na fase inicial da doença, graças à terapia fotodinâmica”, adianta Luís Arnaut.
Segundo o professor de Química e especialista em laser “é um processo perfeitamente seguro que permite eliminar material biológico, como bactérias e vírus, sem matar células humanas”, assegura.
A molécula utilizada na terapia fotodinâmica vai ser agora “testada” na eliminação de vírus, como é o caso do SARS-COV-2 pelo grupo de investigadores do consórcio.
Segundo o professor Luís Arnaut, dentro de um mês, já existirá evidência se a terapia inovadora funciona como se prevê na eliminação de SARS-COV-2.
O objetivo do projeto FOTOVID, ao inativar o vírus nas fossas nasais, é acelerar o tratamento da doença e impedir formas mais graves de COVID-19, como explica o professor de Química da Universidade de Coimbra, Luís Arnaut.
Dado que a molécula da terapia fotodinâmica, desenvolvida pela Ondine, já se encontra disponível no mercado e é utilizada sobretudo no tratamento de doentes oncológicos, “trata-se de um reposicionamento de um produto farmacêutico existente”, avança Luís Arnaut.
Nesse sentido, prevê-se que a nova terapia inovadora seja facilmente distribuída pelo país, de modo a ser utilizada pelos doentes de COVID-19, assim que fazem o teste e obtêm um resultado positivo.
A terapia fotodinâmica pode ser utilizada em larga escala, sem complicações de maior para a saúde humana e a um custo relativamente baixo, o que a torna “extremamente vantajosa para todos”, sublinha o professor de Química Luís Arnaut.
O projeto FOTOVID acaba de obter 450 mil euros de financiamento através do Programa Operacional Centro de 2020.