Em entrevista ao Canal S+, Jorge Roque da Cunha, secretário-geral do Sindicato Independente dos Médicos (SIM) faz um balanço positivo dos 41 anos do Serviço Nacional de Saúde (SNS). Ainda assim, alerta para as mudanças que são inevitáveis e o investimento que tem de ser feito num serviço que se revelou imprescindível para o país.
Segundo o secretário-geral do SIM, ao longo dos últimos anos têm-se assistido a um desinvestimento na saúde, que a pandemia pôs a nu. “É fundamental que o investimento seja nos recursos humanos” bem como nos materiais, equipamentos e instalações, e que “haja uma maior articulação entre a saúde e a segurança social”, afirma Jorge Roque da Cunha.
No início do mês de Setembro, a ministra da Saúde, Marta Temido, anunciou a publicação de concursos para a contratação de 950 novos médicos para o SNS. Jorge Roque da Cunha alerta que “se reformaram nos últimos dois anos cerca de 1200 médicos e nos próximos três anos se irão reformar cerca de 1300 médicos de família e 1200 médicos hospitalares”.
O SIM pede que se crie uma comissão para avaliar como o SNS se comportou durante a pandemia, para se identificarem os erros e evitar que se voltem a cometer no futuro. Jorge Roque da Cunha afirma que houve dois erros crassos, por um lado as autoridades da saúde passaram “uma imagem de facilitismo” e por outro a impunidade de pessoas que estando infetadas, não respeitaram as recomendações colocando outras em risco.
Nos últimos dias, os números de infetados têm vindo a aumentar, à semelhança do que tem acontecido noutros países, levando à suspeita de uma segunda vaga da pandemia. Por isso, Jorge Roque da Cunha insiste que se invista no SNS e que “a saúde não deve ser objeto de combate político, mas sim de debate político”.
Jorge Roque da Cunha pede que a sociedade confie nos médicos que, ainda que cansados, continuarão a lutar por um SNS cada vez melhor.