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Covid-19: Federação de Dadores de Sangue crê num nível de reserva “satisfatório”

LUSA
24-07-2020 17:51h

O presidente da Federação Portuguesa de Dadores Benévolos de Sangue (FEPODABES), Alberto Mota, expressou hoje a sua convicção "num nível satisfatório” da Reserva Estratégica Nacional em 2020, apesar dos condicionalismos criados pela pandemia de covid-19.

Em declarações à Lusa, o líder da organização, que representa 82 associações de dadores no país e está presente em todo o território nacional, enalteceu a descida de apenas 7% nas dádivas de sangue durante o primeiro semestre deste ano, segundo os dados divulgados pelo Instituto Português do Sangue e da Transplantação (IPST).

“Penso que vamos chegar ao final de 2020 e ter um ano satisfatório. Estou muito tranquilo, estes seis meses foram bons e tivemos a pandemia. Sabemos que não estamos descansados, temos de continuar a trabalhar todos juntos para que se consiga chegar ao final do ano com um número satisfatório e não termos doentes em hospitais à espera de sangue”, referiu Alberto Mota.

Para a FEPODABES, os números de dádivas de sangue neste período refletem “uma população muito benévola e atenta”, bem como instituições “preparadas para esta situação” provocada pelo novo coronavírus. Sem querer embandeirar em arco com os resultados alcançados, o líder da organização apelou ainda ao rejuvenescimento dos dadores.

“Sabemos que amanhã voltamos a ter mais necessidades de sangue e por isso temos de fazer este trabalho junto das associações, das empresas e das faculdades, e tentar que a faixa etária dos dadores seja alterada. A nossa faixa etária é muito alta, entre os 45-47 anos, e pensamos que deve ir para a casa dos 40 anos de idade. Temos necessidade de rejuvenescer”, observou.

Com o lançamento de uma nova campanha de promoção da dádiva de sangue já a partir da próxima semana, Alberto Mota vincou a importância de dar às pessoas “um sinal claro de que dar sangue é seguro”, mesmo com as restrições e os receios levantados pela pandemia de covid-19. Simultaneamente, o presidente da FEPODABES não se mostrou preocupado com o impacto nas dádivas de uma eventual segunda vaga da doença até ao final do ano.

“É sempre preciso sangue para outros doentes. Há outras doenças além da pandemia da covid-19. Temos de lutar todos os dias como temos vindo a lutar. Penso que no final do ano vamos ter resultados ainda melhores do que estes. Estou muito esperançado de que este semestre vai ser ainda melhor do que o primeiro”, sentenciou.

Portugal contabiliza pelo menos 1.712 mortos associados à covid-19 em 49.692 casos confirmados de infeção, segundo o último boletim da Direção-Geral da Saúde (DGS).

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