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Covid-19: CDU de Odivelas defende intervenção mais efetiva no combate à pandemia

LUSA
02-07-2020 19:02h

A CDU de Odivelas defendeu hoje que a autarquia e as autoridades de saúde devem intervir de forma mais efetiva nas situações de maior precariedade económica e social, de forma a conter a pandemia da covid-19.

O município de Odivelas, que é presidido pelo socialista Hugo Martins (PS), é um dos cinco concelhos da Área Metropolitana de Lisboa com medidas restritivas e com todas as freguesias em estado de calamidade.

“A CDU rejeita visões alarmistas sobre a situação no concelho de Odivelas, mas acompanha com enorme preocupação a evolução da situação económica e social, particularmente no que respeita aos grupos populacionais mais desfavorecidos e com empregos precários”, afirmou à agência Lusa o vereador comunista (sem pelouros) Painho Ferreira.

O autarca referiu que em Odivelas já existem “equipas multidisciplinares no terreno”, mas defendeu que esse trabalho deve ser “mais efetivo” e contar com a presença de mais elementos.

“Importa garantir que o trabalho dessas equipas tem consequências e não seja um trabalho apenas descritivo. Tem de existir uma análise individualizada de cada caso. Além disso, terão também de ser alocados os necessários meios de intervenção social, económica e de saúde pública para apoio dos residentes”, defendeu.

Relativamente aos transportes públicos, a CDU de Odivelas insta a Câmara Municipal a “reivindicar junto das autoridades competentes a melhoria da oferta em quantidade e qualidade”.

“Urge corrigir situações de carência nos transportes públicos que derivam em linha direta de uma deficiente preparação da fase de desconfinamento”, apontou.

A questão dos testes à covid-19 também preocupa a CDU de Odivelas, que se queixa de demoras e atrasos na divulgação dos resultados.

“A rapidez e o alargamento da realização de testes parecem afigurar-se como decisivos para que a situação não se degrade”, ressalvou.

Por outro lado, o partido critica a “falta de comunicação” da Câmara Municipal de Odivelas com a população, nomeadamente com aquelas que vivem “junto das zonas habitacionais com maior risco”.

“A Câmara Municipal deve ser o veículo informador da situação no concelho. Deve informar regularmente e com rigor, de forma a sensibilizar a população”, atestou.

Entretanto, em declarações esta tarde à Lusa, o presidente da Câmara Municipal de Odivelas, Hugo Martins, afirmou que a situação da covid-19 no concelho “tem evoluído de uma forma muito positiva” e que a população mais vulnerável está a ser apoiada.

No que diz respeito aos transportes públicos e à reposição em 90% da oferta anteriormente existente, Hugo Martins considerou que esta “é suficiente para assegurar que não haja sobrelotação”.

A generalidade de Portugal Continental entrou na quarta-feira em situação de alerta devido à pandemia de covid-19, com exceção da AML, que passou para o estado de contingência.

Dentro da AML, que é constituída por 18 municípios, 19 freguesias de cinco concelhos continuarão em estado de calamidade, já que, segundo disse o primeiro-ministro na semana passada, é onde se concentra agora “o foco de maior preocupação de novos casos [de infeção] registados”.

As 19 freguesias que vão permanecer em estado de calamidade são: Santa Clara (Lisboa), as quatro freguesias do município de Odivelas (Odivelas e as uniões de freguesias de Pontinha e Famões, Póvoa de Santo Adrião e Olival Basto, e Ramada e Caneças), as seis freguesias do concelho da Amadora (Alfragide, Águas Livres, Encosta do Sol, Mina de Água, Venteira e União de Freguesias de Falagueira e Venda Nova), seis freguesias de Sintra (uniões de freguesias de Queluz e Belas, Massamá e Monte Abraão, Cacém e São Marcos, Agualva e Mira Sintra, Algueirão-Mem Martins e a freguesia de Rio de Mouro) e duas freguesias de Loures (uniões de freguesias de Sacavém e Prior Velho, e de Camarate, Unhos e Apelação).

Nestas freguesias foram impostas medidas especiais de confinamento, como o “dever cívico de recolhimento domiciliário”, ou seja, as pessoas só devem sair de casa para ir trabalhar, ir às compras, praticar desporto ou prestar auxílio a familiares.

Os ajuntamentos ficam limitados a cinco pessoas e estão proibidas as feiras e mercados de levante.

Em Portugal, morreram 1.587 pessoas das 42.782 confirmadas como infetadas, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.

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