O município da Azambuja voltou a pedir à ministra da Saúde medidas urgentes para colmatar a falta de médicos de família no concelho, que conta apenas com um profissional, disse hoje à Lusa o presidente da Câmara.
Em declarações à agência Lusa, Silvino Lúcio (PS) adiantou que o município enviou uma carta à ministra da Saúde, Ana Paula Martins, na sexta-feira a pedir novamente uma reunião com caráter de urgência para exigir medidas urgentes no que diz respeito à falta de profissionais.
“O primeiro pedido [de reunião] já tinha sido feito no Governo anterior. Pedimos uma audiência à senhora ministra, mas não tivemos resposta. Lá conseguimos chegar ao secretário de Estado, que mandou o chefe de gabinete. Falámos com as pessoas, mas não é a mesma coisa. Explicámos as nossas preocupações: que é que o concelho não tem médicos de família”, contou.
O autarca destacou que, atualmente, cerca de 91% da população do concelho da Azambuja, no distrito de Lisboa, está sem médico de família designado, encontrando-se apenas um em funções.
“Temos cerca de 18.706 utentes registados no concelho, mas apenas 1.670 têm médico de familiar atribuído, ou seja, aproximadamente 8,9% da população. Isto significa que 91,1% da população não tem médico. Temos condições excelentes. O centro de Saúde da Azambuja é novo. Não percebemos”, disse.
Silvino Lúcio lembrou que, apesar da abertura de concursos pela Unidade Local de Saúde, nenhum dos médicos colocados escolheu a Azambuja como local de trabalho.
O autarca recordou também que o município aprovou em 2023 o Regulamento de Apoio à Fixação de Médico, que contempla um conjunto de benefícios para os médicos se fixarem no concelho.
De acordo com Silvino Lúcio, a Câmara Municipal de Azambuja está a reabilitar o Centro de Saúde de Alcoentre e integra a Unidade Local de Saúde, a CERCI – Flor da Vida e o projeto Bata Branca, com vista à formação e integração de profissionais de saúde no território.
Na carta enviada, o município exige a reabertura das Extensões de Saúde de Alcoentre e Aveiras de Baixo, como resposta de proximidade para as populações locais.
“A ministra foi reconduzida no atual Governo, vamos ver se agora dá uma resposta às nossas preocupações”, disse.