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Governo guineense promete pagar salários em atraso a médicos em formação na Venezuela

LUSA
18-06-2025 17:05h

O ministro da Saúde Pública da Guiné-Bissau anunciou hoje que o Governo está a diligenciar o pagamento de salários a 20 médicos que se estão a especializar na Venezuela e que dizem estar sem receber há cerca dois anos.

Pedro Tipote falou à Lusa à margem da cerimónia de receção de viaturas, motorizadas e material informático doados por Espanha, através do Programa Alimentar Mundial (PAM), para apoiar o combate à desnutrição de crianças e mulheres grávidas, no âmbito do acordo de reconversão de dívida em programas sociais.

Numa conversa por telefone, na terça-feira, à Rádio Sol Mansi, emissora católica, Emerson Nabalim, porta-voz dos estudantes guineenses na Venezuela, acusou o Governo do país de falta de pagamento, “após várias promessas de resolução do problema”.

Questionado pela Lusa, o ministro da Saúde reconheceu a existência da dívida, mas realçou que resultou de uma decisão do Governo, através do Ministério das Finanças, de suspender os pagamentos aos funcionários públicos que se encontrem fora do país.

Pedro Tipote afirmou que o Presidente guineense, Umaro Sissoco Embaló, deu instruções no sentido de serem pagos os salários àqueles médicos, lembrando que, assim que regressarem ao país, vão ajudar o Sistema Nacional de Saúde, que se defronta com falta de especialistas.

“Nós entendemos que essa questão dos estudantes na Venezuela vai ser brevemente tratada”, assinalou Tipote, explicitando que, além do Ministério da Saúde, estão envolvidos os ministérios da Função Pública e das Finanças.

Segundo o ministro, nos próximos tempos, deve seguir para a Venezuela mais um grupo de médicos guineenses para se especializarem em diferentes áreas.

Os 20 médicos com salários por receber fazem parte de um grupo de 80 médicos guineenses que se encontram na Venezuela desde fevereiro de 2024 para, durante três anos, se especializarem em diferentes ramos da medicina e que já tinham salários em atraso.

O ministro da Saúde aproveitou para anunciar que um outro grupo de 50 jovens guineenses se prepara para se deslocar para aquele país para formação de base na área da medicina durante sete anos.

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