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1.º de Maio: Centrais sindicais comemoram data de forma diferente devido à pandemia

LUSA
30-04-2020 11:15h

As duas centrais sindicais têm este ano um Dia do Trabalhador diferente devido à pandemia: a UGT fará uma ‘maratona’ de vídeos e a CGTP vai estar na rua, mas apenas em metade das localidades habituais e com poucos participantes.

O estado de emergência em que o país está, com as regras de confinamento para combater a propagação da covid-19, obrigaram a CGTP e a UGT a cancelar as comemorações que tinham previstas para assinalar o 1.º de Maio e optar por iniciativas mais recatadas.

A UGT tinha agendada uma concentração para Vila Real, onde o seu secretário-geral faria a sua intervenção político-sindical, mas vai evocar a data com uma sucessão de vídeos com depoimentos de sindicalistas da central e de estruturas sindicais estrangeiras, nomeadamente a Confederação Europeia de Sindicatos.

A CGTP não se conformou com o confinamento social e encontrou soluções para comemorar o 1.º de Maio na rua, embora de forma mais modesta do que o habitual e respeitando as regras sanitárias.

Normalmente, as comemorações da Intersindical decorrem em mais de 40 localidades do país, passando por todas as capitais de distrito, tendo como ponto alto os desfiles de Lisboa e Porto.

Depois de discutir o assunto com o ministro da Administração Interna, com a ministra da Saúde e com as autoridades policiais, a central sindical marcou iniciativas de rua para 24 localidades do país, mas assegurou que não se vão realizar desfiles ou concentrações porque quer que sejam cumpridas as regras de segurança em vigor para evitar a propagação da covid-19, nomeadamente o distanciamento social.

Por isso, este ano a CGTP não apelou à participação da população em geral e até recomendou aos reformados que não participassem nas comemorações.

As estruturas da Inter mobilizaram apenas dirigentes e ativistas sindicais para garantir o distanciamento de segurança e considera que estes estarão na rua, em representação de todos os trabalhadores, para afirmar as suas reivindicações.

As ações estão marcadas para jardins, largos e grandes avenidas.

Em Lisboa, o 1.º de Maio da CGTP-IN será comemorado, como habitualmente, na alameda Afonso Henriques, mas sem multidão, faixas reivindicativas ou tasquinhas.

O grande palco junto à fonte luminosa será substituído pelo palco móvel da CGTP, com som incorporado, onde a secretária-geral, Isabel Camarinha, fará a sua intervenção político-sindical.

Os elementos da Comissão Executiva não poderão subir ao palco, para manter o distanciamento, e vão ladear a viatura.

Os sindicalistas que participem na comemoração vão ocupar o amplo relvado, ocupando lugares marcados no solo, com quatro metros de intervalo, empunhando pancartas e bandeiras sindicais.

A CGTP não quis abdicar de assinalar o Dia do Trabalhador com ações de rua porque considera que o momento exige que sejam denunciados os abusos cometidos por empresas contra os direitos dos trabalhadores, nesta fase de pandemia.

No ano em que celebra 50 anos de existência, a Inter pretende reafirmar que o 1.º de Maio é um dia de festa e de luta.

Este ano, a luta será pela proibição de todos os despedimentos, pela garantia do pagamento da retribuição total a todos os trabalhadores e por mais e melhores apoios às famílias e aos trabalhadores.

A pandemia de covid-19 já provocou mais de 224 mil mortos e infetou mais de 3,1 milhões de pessoas em 193 países e territórios.

Em Portugal, morreram 973 pessoas das 24.505 confirmadas como infetadas, de acordo com a Direção-Geral da Saúde.

O país está a terminar o terceiro período de 15 dias de estado de emergência, iniciado em 19 de março, e o Governo já anunciou a proibição de deslocações entre concelhos no fim de semana prolongado de 01 a 03 de maio.

Mas os sindicalistas estão autorizados a deslocar-se para participar nas iniciativas do Dia do Trabalhador.

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