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Requalificação do hospital de Beja “não está na gaveta” e vai avançar no próximo ano

Lusa
18-11-2025 15:18h

A ministra da Saúde garantiu hoje que o projeto de ampliação e requalificação do Hospital José Joaquim Fernandes, em Beja, “não está na gaveta” e que “já tem pernas” para avançar “no início do próximo ano”.

“Posso deixar total garantia de que a unidade local de saúde está exatamente preparada para no início do próximo ano abrir o concurso para o projeto e depois o concurso para a construção”, disse Ana Paula Martins.

A ministra falava aos jornalistas no final de uma visita ao Hospital José Joaquim Fernandes, em Beja, no âmbito de um “périplo” que está a realizar pelas unidades locais de saúde do país.

Questionada quanto à disponibilidade de verbas para avançar com a elaboração do projeto, Ana Paula Martins admitiu que a Unidade Local de Saúde do Baixo Alentejo (ULSBA) “tem dinheiro que está previsto no seu plano de desenvolvimento organizacional”.

“Portanto, temos de fazer um concurso para o projeto e a seguir, quando o projeto estiver concretizado, o que é muito importante porque é toda a questão da revisão do plano funcional, temos de lançar o concurso para a construção”, afirmou.

Consciente de que “tudo é complicadíssimo” e que não se pode “ultrapassar aquilo que é a própria legislação” a responsável pela tutela garantiu que poderá demorar, mas não se pode “estar mais 20 anos à espera que este hospital tenha modernização”.

“Uma coisa muito importante e que há muitos anos que precisamos é de uma ampliação fundamental deste hospital [que] tem mesmo de arrancar no ano de 2026”, assumiu.

Em resposta ao comunicado da Federação do Baio Alentejo do Partido Socialista que teme que o projeto corra o “risco de ficar perdido dentro de uma qualquer gaveta do Ministério da Saúde”, Ana Paula Martins garantiu que este “não está na gaveta [e] nem está em cima da secretária”, mas com “pernas” a andar.

A responsável disse ainda que se está a projetar “uma requalificação da urgência” do hospital de Beja durante “o próximo ano”, existindo para já “um projeto [que] já está feito”.

“Já sabemos exatamente qual é o valor [da obra] e esperamos que haja uma linha de financiamento, como houve também no Governo anterior para os blocos de parto, para a requalificação das urgências e este hospital terá prioridade”, admitiu.

Em jeito de balanço da visita, a responsável admitiu estar “muito preocupada” com as “condições muito deficientes” do edifício do hospital de Beja e relembrou a importância da qualidade das infraestruturas para manter os bons cuidados prestados por parte dos profissionais.

“Os doentes são bem tratados, porque acima de tudo os profissionais têm essa grande característica de serem capazes de quase fazerem milagres, mas isto não são condições de trabalho e não podem continuar”, referiu.

Em agosto de 2024, a ULSBA revelou à Lusa que a requalificação e ampliação do Hospital José Joaquim Fernandes, em Beja, tinha um custo previsto de 118 milhões de euros e que as obras poderiam começar no 2.º semestre de 2026.

Os dados constavam dos estudos técnicos de suporte ao projeto feito pela ULSBA, que gere o hospital.

A 14 de abril deste ano, a unidade local de saúde anunciou que o Governo já tinha assinado o despacho referente ao concurso de arquitetura, especialidades e empreitada para ampliar e requalificar o hospital.

Questionada quanto ao alegado encerramento do serviço de Neonatologia do Hospital Dona Estefânia, em Lisboa, Ana Paula Martins explicou que o mesmo “não está previsto” e que o que está a ser elaborado é “um projeto de organização” da resposta “num polo”.

“Havendo duas neonatologias, uma em Estefânia e outra na Maternidade Alfredo da Costa, e pela falta de recursos humanos no Serviço Nacional de Saúde (SNS), nomeadamente nestas especialidades de materno-infantil e neonatologia, há um projeto para [a sua] organização num polo”, referiu.

Questionada quanto ao alegado encerramento do serviço de Neonatologia do Hospital Dona Estefânia, em Lisboa, Ana Paula Martins explicou que o mesmo “não está previsto” e que o que está a ser elaborado é “um projeto de organização” da resposta “num polo”.

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