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Covid-19: Refeições em escolas alargadas ao escalão B da ação social (ATUALIZADA)

LUSA
15-04-2020 22:02h

O acesso a refeições nas escolas enquanto durar o seu encerramento para aulas presenciais vai também passar a ser assegurado para o escalão B da ação social escolar, adiantou hoje o secretário de Estado da Educação, João Costa.

Em entrevista transmitida em direto na rede social Facebook, o secretário de Estado adiantou à revista Forum Estudante que esta é uma das medidas para tentar contornar as desigualdades sociais criadas pela pandemia de covid-19 e o atual contexto de confinamento, que mandou todos os alunos para casa, onde nem todos têm as melhores condições para uma aprendizagem à distância, mas onde também faltam bens essenciais que a escola assegurava.
“Logo numa necessidade muito básica a nossa preocupação foi continuar a fornecer as refeições aos alunos do escalão A da ação social escolar (ASE) e agora vamos alargar às do escalão B, porque sabemos que muitas vezes, para muitas crianças a única refeição que têm no dia é a refeição que têm na escola”, disse João Costa.
O governante referiu o trabalho colaborativo da Educação com outras áreas do Governo, como as Migrações, a Cidadania e Igualdade e a Segurança Social para “garantir por todas as vias que estes alunos” que precisam de mais proteção e apoio “não ficam sozinhos”.
“Nós sabemos que a escola tem uma função importante de alguma proteção social. Infelizmente, nós sabemos que há lares onde há violência, onde há negligência, onde não há comida e a escola é um grande apoio para a identificação destes casos, para ajudar as famílias e para identificar por vezes até situações de violência que precisam de proteção especial. Angustia-me um pouco pensar que este elo de ligação, este elo de proteção, à distância não funciona tão bem”, disse.
João Costa referiu “inúmeras parcerias e disponibilidades” para apoiar estes alunos, vindo de empresas como os CTT, mas também de organizações não-governamentais (ONG), com as quais as escolas se têm articulado para chegar a bairros “onde é mais difícil” chegar, mas também as autarquias, “estruturas de proximidade” com as quais, em conjunto com as comissões de proteção de crianças e jovens se tem tentado encontrar “o máximo de soluções” para chegar a esses alunos.
João Costa adiantou ainda que hoje foram disponibilizadas às escolas, através do ‘site’ Apoio às Escolas, criado no contexto da pandemia, um conjunto de “sugestões e dicas” que pretendem dar resposta a uma “grande preocupação” e à “fatura” que vamos receber da crise, que tem a ver com bem-estar emocional e saúde mental.
“Hoje mesmo disponibilizamos no ‘site’ de apoio às escolas, numa parceria com a Ordem dos Psicólogos, um conjunto grande de dicas e sugestões para pais, famílias, educadores para o autocuidado dos professores, para os próprios alunos, para não negligenciarmos o nosso bem-estar emocional.
João Costa disse que “vai continuar por muito tempo esta responsabilidade partilhada de cuidarmos uns dos outros” e que o contexto de confinamento e convivência familiar a tempo inteiro veio criar “novas tensões”.
A nível global, a pandemia de covid-19 já provocou mais de 131 mil mortos e infetou mais de dois milhões de pessoas em 193 países e territórios. Mais de 436 mil doentes foram considerados curados.
Em Portugal, morreram 599 pessoas das 18.091 registadas como infetadas.
A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China.
Para combater a pandemia, os governos mandaram para casa quatro mil milhões de pessoas (mais de metade da população do planeta), encerraram o comércio não essencial e reduziram drasticamente o tráfego aéreo, paralisando setores inteiros da economia mundial.

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