A Organização Mundial de Saúde (OMS) apelou hoje para a regulação dos novos produtos à base de nicotina, alertando para o perigo que representam para os jovens cigarros eletrónicos e saquetas com sabores doces.
Alertando os países para a necessidade de regularem estes produtos, a OMS defendeu que constituem um perigo na luta contra o tabagismo.
“As escolas são a nova frente da guerra contra o tabaco e a nicotina, onde as empresas recrutam ativamente uma geração de viciados”, afirmou hoje o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, na abertura da conferência da Convenção Quadro da organização para a Luta Anti-Tabaco (CCLAT).
Nos últimos 20 anos, o consumo de tabaco entre os jovens diminui um terço, à escala mundial, "incitando os fabricantes de tabaco a desenvolverem novos produtos para atraírem novos clientes", disse Tedros.
Segundo a OMS, os industriais apresentam os cigarros eletrónicos como menos nocivos do que os tradicionais, mas na realidade visam agressivamente os jovens e viciam-nos.
Pelo menos 15 milhões de adolescentes entre os 13 e os 15 anos, no mundo, já os utilizam, observou a OMS.
Tedros sublinhou que não há provas dos benefícios desses produtos para a saúde pública. Pelo contrário, as provas da nocividade "acumulam-se".
"Nos 63 países com dados disponíveis, a prevalência do uso de cigarros eletrónicos entre os jovens é, em média, nove vezes superior à dos adultos", alertou Tedros.
O diretor da OMS lembrou que os 180 estados que ratificaram o CCLAT, examinarão até ao fim da conferência, no sábado, “um ponto de agenda relacionado com medidas de prevenção da dependência à nicotina e de proteção (…) contra discursos de redução de riscos difundidos pela indústria do tabaco”.