O PCP considerou hoje grave a circunstância em que ocorreu a recente morte de uma grávida e do seu bebé no Hospital Amadora-Sintra, criticou o recurso a “bodes expiatórios” e responsabilizou o primeiro-ministro pela política de saúde.
Estas posições foram transmitidas pelo deputado comunista Alfredo Maia, em conferência de imprensa, no parlamento, depois de questionado sobre o caso que conduziu à demissão do presidente da Unidade Local de Saúde Amadora-Sintra.
Carlos Sá, presidente da Unidade Local de Saúde Amadora-Sintra, no seu pedido de demissão, invocou ter prestado informação inexata à ministra da Saúde, Ana Paula Martins, sobre este caso da grávida, que morreu na sexta-feira.
Confrontado com este caso, o deputado comunista afirmou que “o PCP não procura bodes expiatórios” e que aquilo que aconteceu “é de uma enorme gravidade”.
Por outro lado, “são evidentes as contradições, até na forma como a ministra prestou esclarecimentos no parlamento, na semana passada”, reagiu Alfredo Maia.
Neste caso, assim como pela situação em geral do setor da saúde, o PCP “responsabiliza o Governo, desde logo o primeiro-ministro”, Luís Montenegro, defendendo, em contraponto, “uma alteração séria de política”.
“Há que remeter o que aconteceu e o que está a acontecer para os problemas de fundo que atravessam o Serviço Nacional de Saúde (SNS) e que este Governo não só não resolve, como tende a agravá-los. Estamos a falar, desde logo, da falta de profissionais em número e com frequência que garantam o pleno funcionamento dos serviços”, indicou o deputado comunista.
Alfredo Maia contrapôs que é preciso “investir rapidamente e em força” no SNS, mas “não é isso que está a acontecer com este Governo”.
Interrogado sobre a atribuição de responsabilidades pela recente morte da grávida no Hospital Amadora-Sintra, o deputado do PCP respondeu: “Na sequência do apuramento que vier a ser feito dos factos, as responsabilidades devem ser devidamente atribuídas, sendo extraídas as consequências”.
“Mas não podemos esquecer que o facto essencial é o desinvestimento no SNS que este Governo e anteriores têm vindo a fazer. Desinvestimento esse que é acompanhado de uma progressiva drenagem de recursos públicos para os negócios privados da doença”, defendeu.