SAÚDE QUE SE VÊ

Angola com 1,8 médicos para 10 mil habitantes, muito abaixo das recomendações da OMS

Lusa
19-09-2025 17:29h

Angola contava, em 2022, com 5.945 médicos no setor público, equivalente a um rácio de 1,8 médicos por cada 10.000 habitantes, abaixo das recomendações internacionais, segundo o Anuário Estatístico Sanitário hoje consultado pela Lusa.

O relatório elaborado pelo Ministério da Saúde (MINSA) contabiliza um total de 94.846 profissionais de saúde angolanos, incluindo 51.216 enfermeiros (14,1 por 10.000 habitantes) e 9.040 técnicos de diagnóstico e terapêutica.

Estes rácios ficam aquém da recomendação da Organização Mundial da Saúde (OMS), que define como referência mínima 10 médicos por cada 10.000 habitantes, e são inferiores a países como a África do Sul (três).

O número de consultas cresceu para 36,6 milhões em 2022 (mais 5% face a 2021) e foram admitidos nos hospitais mais de um milhão de doentes, num total de 3,2 admissões por cada 100 habitantes, 43.516 mais que no ano anterior.

A malária continuou a ser a principal causa de morbilidade no país, com 9,2 milhões de casos e 12.474 óbitos, que representam quase 40% das mortes em unidades de saúde.

Segue-se a síndrome gripal (1,8 milhões), infeções respiratórias agudas graves em maiores de 5 anos (692.652), pneumonia em menores de 5 anos (523.261), diarreia com desidratação em menores de cinco anos (468.754), hipertensão arterial (377.173) e as infeções transmitidas sexualmente (194.476).

A mortalidade institucional por doenças de declaração obrigatória foi de 31.636 mortes por cada 100 mil habitantes, sendo as principais causas de morte a malária (12.474 óbitos), o traumatismo por acidente rodoviário (2.999), a tuberculose (2.829) a malnutrição grave em menores de cinco anos (2.129), as infeções respiratórias agudas graves em maiores de 5 anos (1.982) e a pneumonia em menores de 5 anos (1.585), representando estas 61% do total das mortes.

O documento assinala, no entanto, progressos em alguns indicadores, nomeadamente uma redução da mortalidade infantil, que passou de 56,8 para 51,1 por mil nados vivos, e da mortalidade materna, que caiu para 287,1 por 100.000 nados vivos.

Em termos de infraestruturas, o país possuía 3.336 unidades públicas de saúde, entre as quais 13 hospitais nacionais, 23 provinciais, 172 municipais, 651 centros de saúde e mais de 2.300 postos de saúde, além de 3.768 unidades privadas registadas.

MAIS NOTÍCIAS